sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

Harley as a kid #2 Sexta Feira 13

    Ainda nos bastidores do Contest de Slateport, Harley conversava com o Presidente do Clube de Fãs de Pokemon da cidade, contando suas histórias.


Harley: E foi assim que tive minha primeira experiência com o Enzo!


Presidente: Harley, eu não queria mesmo ter ouvido essa história, não vou conseguir esquecê-la tão cedo... Mas acho que já está na minha hora de ir e...

Harley: Tá nada! Já te contei do dia que Astra invocou satanás?

Presidente: Quem é Astra?

Harley: Exatamente querido, quem Astra pensa que é? Foi assim ó, numa sexta feira 13 muito linda lá em Sootopolis!


[Sootopolis - oito anos no passado]


Harley: Mamãe, já resolveram os problemas com a água verde?  perguntou, mordendo um pedaço de pão.

Mãe do Harley: Ainda não querido, vai lá na casa de um dos seus amiguinhos beber água  falou de dentro do armário onde estava presa.

Harley: Tá bom mãe, amo muito a senhora, tô levando seu cartão de crédito  exclamou, deixando o pão no prato. Mostrou a língua para Lisia e saiu de casa correndo, não sem antes pisar "sem querer" na asa da Swablu Ali.

    Correndo pela cidade, Harley passou por portais nas ruas até chegar na frente de uma grande casa. Era onde Pedro vivia, então ele decidiu ir até lá em busca de água, mas havia um papel colado na porta onde dizia que a família estava viajando.

Harley: Ridículo, nem me levou essa poc!  exclamou, tentando lembrar de seus outros amigos.  Onde é que Astra mora mesmo?


Astra: O que quer comigo?  perguntou, cutucando Harley, que se arrepiou com isso e como uma reação instintiva, rebolou.

Harley: Menina, de onde você veio?

Astra: Do além.

Harley: Lá tem água?

Astra: Talvez...

Harley: Ótimo, vamo lá agorah!

   Harley e Astra caminharam pelas ruas de Sootopolis, desviaram de um acidente de carro e entraram num beco sem iluminação alguma, onde havia uma lojinha.


Vendedor: Bem vindos ao além, o que vão querer?  perguntou, entregando um cardápio para Harley.

Harley: Água gelada  disse, devolvendo o cardápio.

Astra: Gosto desse lugar... É bem localizado.

Harley: Realmente querida, o beco é bem no meio da cidade.

Vendedor: Almas líquidas para você, estas são especiais, são dos fundadores da cidade  disse, entregando um copo para Harley, que saiu sem pagar.  Clientes novos... Tudo bem, vou descontar em anos de vida.

Harley: Ai que água diferente, tô muito hidratado  falou, vendo Astra manter silêncio.  Tava pensando aqui, já que Pedro e Herb não estão na cidade e não temos nenhum outro amigo...

Astra: Temos o Marquinhos.

Harley: Falei amigo, não aquele encosto chato! Enfim, me leva na sua casa, quero ver se você tem boa condição financeira e PS2! Minha mãe falou que se eu encontrar alguém rico, tenho que ficar mais próximo da pessoa e até casar!

Astra: Não.

Harley: Não o quê? A gente não precisa casar de verdade, só você assinar um papel dizendo que tudo seu é meu, igual Kanto fez com Johto, levou o ouro todo!

Astra: Não vou te levar na minha casa  disse, continuando a andar.

Harley: Por quê? Eu sou pobre demais, é isso? Você tem inveja do meu cabelo longo, fica aí com essas suas tendências de kpoper trevosa! Qual é a dessa franja, tá viciada em BTS?


Astra: BTS é tão ruim, escuto sempre mesmo, mas não vou te levar na minha casa porque você não pode ir pra lá.

Harley: Google, casa da Astra, localização  disse pra um celular tão pesado quanto um tijolo.

Astra: O que está fazendo?

Harley: Pedindo ajuda pro Google, amada, mas não tá funcionando, acho que tenho que falar em inglês. Excuse-me, gugol, onde is house of Astra??  perguntou, sentindo o aparelho esquentar.  House of Astra, gugol, location, pliz! 

    Não conseguindo mais segurar o celular, Harley o soltou e o aparelho formou um buraco de seu formato no chão, desaparecendo para sempre.

Harley: Ai, tijolinho, vou sentir saudades de você... Mas falando sério, Astra, me leva lá na sua casa!

Astra: Não.

Harley: Leva logo!  implorou, balançando a garota.

Astra: Não.

Harley: Eu nem queria mesmo ir lá! Casa feia, cheia de Rattata Dark!  exclamou, cruzando os braços.

Astra: Que bom, tem mesmo muitos por lá.

Harley: ASTRA, ME LEVA!!! VOU LIGAR PRA SUA MÃE, ACHO O NÚMERO DELA DE ALGUM JEITO!!

   Parecendo afetar-se com as palavras de Harley, Astra se virou de costas, passando a correr muito rápido, o que surpreendeu Harley.

Harley: Adoro, ela deve estar indo pra casa dela!


    Seguindo Astra até uma parte distante de Sootopolis, Harley chegou num cemitério onde estava muito escuro, mesmo estando de dia. Haviam alguns buracos que liberavam luzes verdes e um grande rio da mesma cor cortando as covas.

Harley: Astra vai me enterrar vivo, tô sentindo...

Astra: Você me seguiu até aqui  disse, afastando sua franja e olhando nos olhos de Harley.

Harley: Segui, quase fui atropelado inclusive por uma mulher grávida de moto!

Astra: Bem vindo... Essa é a minha casa.

Harley: Você tá bem doentinha, né? Aqui é um cemitério!  exclamou, abrindo os braços pra apresentar o local. Um bando de Murkrow voou para o céu.

Astra: Sim, minha casa. É onde me sinto em casa, pelo menos  explicou, ajoelhando-se diante de uma lápide.

Harley: O que tem aí?  perguntou, aproximando-se de Astra. Na lápide era possível ver algumas palavras escritas, mas o menino não focou nelas, e sim no que a menina carregava.



Astra: Quer chá?  perguntou, mostrando o bule possuído por um Pokemon com aspecto fantasmagórico.

Harley: Hein?! Você toma chá de Pokemon??  perguntou, mostrando a língua para a garota.

Astra: Esse é o Polteageist  disse, mostrando o Pokemon para Harley, que se aproximou para observá-lo.  Como você tem uma relação com aquele Cacnea, eu tenho com diversos Pokemon que habitam o cemitério de Sootopolis.

Harley: É mesmo, amada?  perguntou, duvidando da menina.  Quer dizer que você contata o além?

Astra: Sim, tanto que te levei lá hoje.

Harley: Tô falando dos Pokemon fantasmas! Cadê eles?  perguntou, olhando atrás da lápide.  Não estou vendo! Ah!, já sei! É porque são fantasmas, não é? Ficam invisíveis! 


   Percebendo que Astra havia apontado para suas costas, Harley virou-se levando um susto ao ver diversos fantasmas com os olhos brilhando em vermelho.


Astra: Amigos, esse é o Harley, ele é uma alma sofrida que no fundo é boa pessoa, o que me dá desgosto  falou apresentando Harley, que tinha os olhos arregalados, recuando, mas acabou tropeçando em algo.


Harley: Socorro, o que é você?  perguntou, apavorado com a criatura que encontrou.


Astra: Esses são os meus melhores amigos, Harley. Passo a maior parte do meu tempo brincando com eles e com a minha mãe  falou, sentando-se perto da lápide.

Harley: E aonde está ela?  perguntou, confuso e sentando-se ao lado de Astra, temendo a resposta.

Astra: Bem aqui  respondeu, apontando para a lápide.  Na última vez que a vi, ela estava aqui. 

Harley: Prazer em conhecê-la, mãe da Astra  falou, cumprimentando a lápide, o que surpreendeu Astra.


???: Prazer é todo meu, Harley  respondeu uma voz feminina e parecendo estar sendo levada com o vento. Tratava-se de uma fantasma com aparência humana.

Harley: Morri  disse, desmaiando no colo de Astra, que se sentiu feliz por um instante.  Deixa, tô vivo mesmo, lembrei que tô num cemitério.

Astra: Mãe, quanto tempo  falou, caminhando até a mulher.  Estou com saudades da senhora.

Mãe da Astra: Eu também, minha querida. Mas venha ficar comigo, para sempre  exclamou, estendendo uma mão para Astra, que iria pegá-la, mas Harley a puxou para perto de si.

Harley: Veja bem!

   Harley afastou a franja de Astra, que tinha algumas lágrimas nos olhos. Ela focou em sua mãe, percebendo que havia um Gastly por dentro do corpo dela.

Astra: Gastly... Apenas uma ilusão, é claro  concluiu, afastando-se de Harley.


~Gastly?

   Desfazendo a ilusão, Gastly percebeu Astra entristecer-se, sentando-se de cabeça baixa. Harley decidiu apenas observá-la, sentando na lápide de alguém e cruzando as pernas.

Astra: Eu estou triste... Minhas esperanças foram arrancadas, sinto-me destruída e vazia. Nunca estive melhor  falou com sinceridade em sua voz, deixando Gastly e os outros fantasmas presentes um pouco mais tristonhos.


   Montando uma peça de teatro no local, os fantasmas passaram a fazer brincadeiras, piadas, lutas, mas nada chamava a atenção de Astra, apenas a de Harley, que já havia se emocionado diversas vezes com as apresentações dramáticas e agora enxugava suas lágrimas num flor que havia sido deixada em outra lápide por um garotinho desolado.


~Gastly!

   Com sua gigantesca língua, Gastly lambeu Astra dos pés à cabeça, a deixando arrepiada. Ele esperava que ela ficasse feliz, mas ela se levantou com os punhos cerrados.

Astra: Você não pode me respeitar?  perguntou, vendo o fantasma amuar.  Você é sem graça, inconveniente, brincou com coisas sérias e ainda quer me animar. Acho que estou apaixonada, nunca gostei tanto de um Pokemon assim.

Harley: Ué, garotahh??

   Astra abraçou Gastly, conseguindo encostar em seu corpo. Harley continuou a se incomodar mais com o bule de chá possuído e se controlou para não beber dele. O fantasma entregou uma pedra colorida para Astra, que não fazia ideia do que aquilo significava, mas a guardou consigo.


Harley: E eu acho que já posso ir embora  falou, levantando-se.  Minha mãe tá presa no armário faz uma semana, tenho que mandar o Wallace ir buscar ajuda.

Astra: Harley  falou, aproximando-se do garoto e encostando seu corpo no dele.  Isso é um abraço. Obrigada, você deixou o meu dia muito pior.

Harley: Todos me dizem isso, acho que é meu talento! De nada amiga, até depois!


Astra: Tchau, Harley, cuidado com a radiação  despediu-se, caminhando por cima de um buraco sem cair nele.

   Chegando em sua casa, Harley sentou-se no sofá, pensativo. Lisia aproximou-se, preocupada com o menino não estar ofendendo ninguém por um minuto inteiro.


Lisia: O que aconteceu, maninho? Terminou com alguma namoradinha?

Harley: Tá lokah? Eu estaria comemorando se fosse isso  respondeu, cruzando os braços.  Eu fui na casa da minha amiga hoje. Era muito diferente da nossa, a mãe dela era uma lápide.

Lisia: E como isso te incomodou tanto?  perguntou, curiosa.

Harley: Ela tinha muitos amigos lá, mas não tinha ninguém da família presente. Fiquei pensando se ela não se sente sozinha... 

Lisia: Algumas pessoas precisam encarar coisas muito sérias desde novas, por mais que não seja a escolha delas, mas é ótimo que tenha tantos amigos com ela  respondeu, vendo o menino olhar em seus olhos.

Harley: Ui, eu também fui no além hoje!

Lisia: Tá amarrado, pelo sangue de Wooloo! ARCEUS é mais e ele lavará toda a impureza do mundo com sua luz divina, ave Mew cheio de graça o Transform é convosco
  surtou levantando-se e rezando até a cozinha, deixando Harley triste por não conseguir conversar mais com ela, mas sua forma de lidar com isso era ficando irritado.

Harley: Ridícula nojenta calcinha dura!


Harley: E foi assim que concluí que minha família era muito melhor que a da Astra.

Presidente: Foi isso que concluiu? Mesmo?

Harley: Na época sim, né, more? Hoje eu entendo que Astra não conseguiu brilhar tanto como eu na vida, mas que o brilho que ela possui é fruto de muita força que teve. Admiro muito aquela menina, outro dia esbarrei com ela assombrando uns turistas, a gata tá aplicando golpe!

Presidente: Oh... 

Continua


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    Sentada no chão, Astra brincava com sua pedra colorida, com Gastly ao seu lado.

Astra: Obrigada pelo presente, só a minha mãe fazia isso por mim, ela sempre acertava nas escolhas. Ela também adorava pedras
  falou, vendo Gastly sorrir, fazendo a pedra levitar até a cabeça dela.  Ha. Ha. Pare de me fazer rir, mã... Gastly.

   Rindo, Astra estranhava o que era aquilo, não costumava rir. Ela sentia-se protegida com Gastly, algo que também fazia um bom tempo desde a última vez.



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