Brendan: Eu não tenho vontade de treinar para o Contest ou de fazer qualquer coisa... — murmurou, suspirando em seguida.
Wally: Tenho que cuidar desse olho roxo — falou, segurando um saco com gelo e o pressionando no rosto.
Korrina: Eu continuo surpresa com tudo que aconteceu, não planejava que fosse assim quando eu viesse visitá-los nas férias.
Leuri: O pior é que... Me sinto tão culpada — suspirou. Estava com olheiras, deitada sobre as costas de Luxray — Não consigo falar o nome dela...
Wally: Não foi sua culpa, todos nós estamos sentindo a perda. Se acha que precisava ser mais forte, vale pra todos aqui.
Leuri: É...
Afundando o rosto na pelagem de Luxray, Leuri pensava em Diego e as palavras que ele havia dito. Queria que tudo fosse um sonho e ele ainda estivesse ali, com ela. Carbink estava mudo.
~Sudowoo!
Aproximando-se de Leuri, a enfermeira Sudowoodo bate com as mãos nas costas dela, a fazendo apertar o corpo de Luxray. Ela se levanta irritada e o Pokemon aponta até a área de telefones do local.
Serena: Leuri, meu pai me contou tudo, eu não podia deixar de te ligar agora — disse, parecendo muito preocupada.
Leuri: Serena... Está tudo tão ruim agora, eu me sinto destruída — confessou, vendo o rosto da garota na projeção de holograma — Você está bem?
Serena: Quem se importa comigo agora, Leuri? — disse num tom mais grosso, percebendo que Leuri estava mesmo muito mal — Desculpe. Não estou tão bem também, mas não é tão relevante, eu te prometo.
Leuri: Tudo bem. Você já deve saber do que aconteceu com Diego também, não é? — perguntou, vendo Serena afirmar com a cabeça — E o que achou disso?
Serena: Eu acredito muito que ele vai voltar e que as coisas vão melhorar, pra todos. Meus parabéns por ter vencido Lysandre e pela sua determinação de ir até Kalos junto com seus amigos para salvar seus outros amigos... Mas eu queria ter ajudado, meu pai estava preso e eu nem sabia, entende? — perguntou, vendo Leuri morder o lábio inferior.
Leuri: Desculpe, Serena... De verdade, eu deveria ter avisado pra você — pediu, vendo a amiga suspirar do outro lado da linha — Você está aonde? Acho que conheço esse lugar...
Serena: Lavaridge — disse, com um leve sorriso — Estive treinando com a Flannery, estou tendo bons progressos e só me faltam três insígnias!
Leuri: Fico feliz em saber disso...
Na recepção do Centro Pokemon, Tate finalmente aparecia. Havia saído do banheiro e estava com o nariz muito vermelho, segurando um lenço de pano. Os olhos estavam inchados, mas ele enxergava bem.
Tate: Sinto que nada mais faz sentido sem ela — confessou, sentando-se ao lado de Carbink, que o olha de canto de olho, tremendo um pouco.
Carbink: Eu deveria ter ido com Diego — falou pela primeira vez no dia, recebendo a atenção de todos.
Korrina: Não, Carbink. A dor despertou Yveltal em Diego, ele já estava marcado por aquele monstro, não estava agindo 100% por vontade própria.
Carbink: Não! Diego estava se sentindo mal, vocês não param de usar Yveltal como desculpa para ignorar o estado dele! EU DEVERIA TER FEITO ALGO POR ELE — gritou, saltitando para fora do Centro Pokemon, pedindo para Sudowoodo abrir a porta.
Brendan: Eu vou atrás dele — falou, olhando nos olhos de Korrina, que assente com a cabeça.
Vendo o que havia acontecido, Lucario se levanta, caminhando até uma das janelas do Centro Pokemon. Korrina suspira e vai até ele, deixando Wally sozinho com Tate.
Korrina: Você quer falar sobre isso? — perguntou, encostando nas costas do lobo, que se debruça na janela — Lucario, você encontrou o Ramon sozinho, pegou um avião para Hoenn, achou a Leuri, pediu ajuda e ainda enfrentou Lysandre... Sabe como estou orgulhosa de você?
~Lucawr...
Korrina: Eu tenho certeza que o vovô e o Heracross também estão — disse, e então o lobo cerra os punhos — Não aceitei ainda o que aconteceu, a ficha não caiu totalmente. Foram muitas perdas, eu entendo como se sente.
Lucario se vira para Korrina, olhando em seus olhos. Ele a abraça e ela corresponde, alisando sua cabeça.
Korrina: Mas estamos bem agora, não estamos? — perguntou, com a voz falhando. O lobo a solta, preocupado — Saímos daquele lugar horrível... Nossos amigos estão vivos, estamos aqui em Hoenn para passar uns dias com a Leuri...
~Lucawrio!
Limpando uma lágrima de Korrina com a ponta de seu dedo indicador, Lucario pega a mochila dela, esta que ele carregou por tanto tempo. Ele retira uma foto, tirada durante a jornada deles por Kalos. Todos tinham uma cópia dela.
Korrina: Own! Eu amo esse dia!! — falou, pegando a foto, mas Lucario só queria achar um dvd que estava por baixo dela — Ah, você queria me mostrar as aventuras do Starly encantado...
~Luca!
Korrina: Claro, te anima tanto, com certeza me anima também — falou, vendo o lobo ficar feliz por possivelmente ter conseguido deixá-la melhor. Ela então sorri, aceitando ir ver a série preferida de seu melhor amigo junto com ele.
Saltitando pela cidade, Carbink chorava, vendo as lágrimas molharem o chão. Brendan estava saindo do Centro Pokemon, porém, alguém segura em seu braço, o impedindo de ir atrás da pedra.
Brendan: M-May — reconheceu, vendo a garota com quem não estava tendo mais uma relação tão boa — E Spencer, também.
Spencer: Garoto... — abraçando Brendan, Spencer o pega de surpresa — Estava preocupado com você.
May: E eu também — falou, puxando Brendan para um abraço bastante apertado. Quando o menino iria corresponder, ela o solta — Estou muito feliz por ter o encontrado!
Brendan: Mesmo? — perguntou, desconfiado.
May: Brendan, eu estou muito chateada por você ter ido pra Kalos arriscar sua vida e não me avisou. Não estava sabendo de nada e pelo jeito que você anda estranho, provavelmente eu não iria saber se não tivesse recebido uma mensagem da Roxanne, que só soube por causa do Steven!
Brendan: Foi muito rápido, eu...
May: Não precisa dizer nada, Brendan, você não pensa mais em como eu me sinto — falou, o que faz Brendan quebrar por dentro.
Brendan: Desculpa — foi a única coisa que conseguiu dizer.
May: É, tanto faz mesmo, eu realmente só não queria ter o peso de você ter se acidentado feio. Preciso encontrar Juan agora.
Dando meia volta, May parte com Spencer, deixando Brendan sozinho, pensativo com o que acabara de acontecer.
Havia um grande lago ao fim da cidade de Fortree. Carbink havia chegado até lá, chorando bastante. O silêncio daquele lugar o permitia ter um tempo para acalmar-se. Vendo seu reflexo na água, ele suspira, acalmando-se um pouco e deitando na grama, olhando para o céu.
As nuvens movimentavam-se lentamente, não estava ventando muito no dia. Um grupo de Wingull voa em formato de V, o que indicava estarem migrando para outra parte da região de Hoenn.
Carbink: Desde que viemos pra Hoenn, as coisas só tem estado piores — disse, sabendo que ninguém estava ali para escutá-lo.
Olhar para o céu o lembrava de sua última lembrança com Diego. Não era tão fácil ser um Pokemon falante, Carbink estava bem mais próximo dos humanos por falar seu idioma, adotou comportamentos comuns deles e também passou a exigir tanta relevância como qualquer outro. Sentia-se egoísta por estar bravo com Diego, que foi embora sem nem ao menos olhar em sua cara, depois de tantas vezes que foi o único a estar ao lado dele quando precisou, mas ao mesmo tempo estava triste demais para ter tanta raiva de seu amigo. Estava com saudades e não sabia ao certo qual seria sua reação caso ele aparecesse agora, em sua frente.
Carbink: Não era assim antes...
Em Kalos, Carbink e Diego tiveram muitos problemas, mas o garoto sempre recuperava seu ânimo e se colocava disposto a melhorar como pessoa ou Criador Pokemon. Carbink não entendia como parecia que Diego havia se esquecido de tudo isso, estava sempre mais negativo e obssessivo com questões principalmente relacionadas à Leuri.
Carbink: Eu tenho que ser mais forte, como os outros Pokemon!
Projetando quatro diamantes, Carbink os gira ao redor de seu corpo e dispara raios de cada um, atigindo algumas pedras, que apenas rolam para outra direção.
Carbink: A força de um Carbink normal... Mas eu posso ser mais que isso, não sou mais um Carbink qualquer, eu posso ser o que eu quiser — falou, fechando os olhos. A Fairy Aura ao redor de seu corpo fica mais intensa e ele tenta criar um novo diamante, este que acaba explodindo em sua frente.
Brendan: Carbink, eu te achei — falou, sentando-se ao lado de Carbink, que no fundo estava feliz por vê-lo — Entendi o que disse no Centro Pokemon e concordo com você. Sei que Leuri e possivelmente Korrina e Wally se importam com Diego, mas eles não estão aceitando a realidade.
Carbink: Negam o estado que ele se encontra — falou, virando-se para Brendan, que passa a olhar pra ele.
Brendan: Eu estou sentindo falta do Diego, Carbink. O vejo como um grande amigo meu, não costumo ter muitos amigos, May foi a minha única por muitos anos... Não acho que ele me considere da mesma forma, mas me preocupar com ele é bem mais forte do que eu, entende? De alguma forma, estou feliz que não te perdi também. Você é meu melhor amigo, não sei como eu estaria agora caso ele tivesse te levado junto.
Carbink: Obrigado por dizer isso tudo, Brendan, eu amo você — falou, vendo o garoto rir um pouco — O que foi?
Brendan: Eu quase nunca ouvi isso na vida, Carbink. E quando ouvi, não parecia tão sincero como você foi agora — explicou, colocando uma mão sobre o diamante na testa de Carbink — Obrigado, também amo você.
Fechando os olhos, Carbink passa a se concentrar mais ainda. Ele forma outro diamante em sua frente, este que ganha a cor rosa e toma a forma de uma estrela, caindo na coxa de Brendan.
Brendan: Carbink! Você pode fazer diamantes?! Digo, diamantes de verdade, não aqueles que faz em batalha! — perguntou, chocado com o que Carbink acabara de fazer — Isso é incrível!
Carbink: Posso — disse, sorrindo por baixo dos pelos que cobrem sua boca — Eu posso fazer muitas coisas que ainda não sei. Isso significa que vou ajudar o Diego!
Carbink: Posso — disse, sorrindo por baixo dos pelos que cobrem sua boca — Eu posso fazer muitas coisas que ainda não sei. Isso significa que vou ajudar o Diego!
Brendan: Irei te ajudar nisso, Carbink. É uma promessa.
No Centro Pokemon, Leuri estava conversando com Tate, a sós. Korrina, Lucario e Wally estavam do lado de fora, caminhando.
Leuri: Tate, eu queria muito poder deixar tudo melhor pra você, pra mim, pra todos... Nem imagino a dor que esteja sentindo agora, mas estou aqui, do seu lado — disse, encostando no ombro do garoto, que não piscava, encarando a parede.
Tate: Eu perdi minha irmã, Leuri. Bem diante dos meus olhos... — murmurou, respirando fundo em seguida — Você já perdeu alguém tão importante assim? Ou melhor, já lidou com a dor de uma perda onde não tem nenhuma forma de recuperar?
Pensando em seu pai, Leuri cerra os punhos, mas afasta os pensamentos. Ela nega com a cabeça, vendo o garoto se relaxar no sofá, repousando a cabeça na almofada.
Tate: Liza e eu eramos gêmeos... Nascemos conectados e nos desenvolvemos mais ainda desde pequenos, nos tornamos mestres em Pokemon psíquicos, com Solrock e Lunatone. Abrimos o ginásio em Mossdeep depois de sermos indicados pelo prefeito da cidade...
Leuri: Você é incrível e ela também era — falou, lembrando-se da batalha que teve em dupla contra os gêmeos.
Tate: O problema é que nunca mais vou ter essa conexão com alguém. A notícia do que aconteceu está em todos os lugares — falou, encarando a televisão, que, mesmo sem som, mostrava uma foto de Liza num quadro, onde a repórter Gabby estava usando um terno preto, de luto. Leuri então desliga a TV.
Leuri: Ela é insubstituível na sua vida, Tate. No pouco tempo que tive com ela, vi como era uma ótima pessoa. Estava sempre animada e otimista, também um pouco apaixonada... — disse, encarando suas pernas, com um leve sorriso. Sem perceber, Tate estava da mesma forma.
Tate: Eu queria notícias dela, saber como está agora, ou onde está ou... Não faz sentido e nem é possível, mas sei lá, Leuri — disse, sentindo seus olhos molharem mais uma vez — De alguma forma, parece que não perdi toda a minha conexão com ela... Mas parece que ela está bem. Isso faz algum sentido? — perguntou, enxugando o rosto. Leuri também estava emotiva.
Leuri: Sim, faz sentido sim. Liza amava você, muito mais do que iria amar qualquer pessoa. Ela nunca iria querer vê-lo sofrendo dessa forma, iria fazer de tudo para que seguisse em frente, e acho que de alguma forma ela está fazendo.
Tate: Liza... Isso é bem o jeito dela — riu, enxugando o rosto — Aliás, sinto que você deve ficar com Lunatone. Ela arriscou a vida para salvá-lo e jogou a Pokeball dele bem nas suas mãos. Isso talvez seja um sinal, não?
Leuri: Você acha? — perguntou, retirando a Pokeball de Lunatone de sua bolsa — Ela confiou esse Pokemon pra mim... Eu farei de tudo para que ele se sinta bem e que fique cada vez mais forte ao meu lado.
Tate: Tenho certeza que sim, vi a forma como enfrentou Lysandre, foi fascinante!
Após mais algum tempo de conversa, Leuri e Tate se reúnem com Brendan, Carbink, Korrina, Wally e Lucario. Já estava de noite e todos decidiram dormir. Porém, Leuri decidiu sair de sua cama, indo até a sacada.
Olhando para o céu escuro, Leuri pensava em Diego mais uma vez. No fundo, via sinceridade no que ele disse e acreditava que Carbink tinha razão, mas aceitar doeria mais. Já estava doendo. Piscando algumas vezes, ela sente suas pernas falharem, precisando ajoelhar-se, chorando em silêncio.
~Froga...
~Merupt.
~Grovy...
~Lax...
~Swee...
~Pancham...
Todos os Pokemon de Leuri saem de suas Pokeballs, ficando ao lado dela nesse difícil momento. Ela os agradece com um sorriso, retirando a Pokeball de Lunatone de sua bolsa, que ainda estava consigo.
~Luna...
Leuri: Desculpe, Lunatone... Eu sinto muito, muito mesmo — falou, abraçando o Pokemon, que fecha seus olhos, sentindo um risco de lágrimas escorrer por seu corpo — Você está comigo, agora...
~Froga!
Cumprimentando Lunatone, Frogadier percebe que ele não tinha mãos, escondendo seu braço e apenas sorrindo. Lunatone olha para as estrelas, fechando os olhos mais uma vez.
Leuri: Eu sinto que deveria ter feito mais e me sinto mesmo culpada... Mas eu realmente sou, não me importa o que estão dizendo. Diego está assim por minha causa.
Uma coberta flutuante cai sobre o corpo de Leuri e ela percebe que Lunatone havia a pego para cobri-la. Ela agradece, encostando a cabeça em Luxray, abraçando Pancham e deixando Frogadier deitar em seu colo. Grovyle deita em sua frente e Camerupt e Swellow acham seus lugares.
Leuri: Boa noite, time... — desejou, ainda sem fechar os olhos, focando na lua.
Em sua cama, Wally remexia-se, encarando seu travesseiro na escuridão do quarto e escutando tudo que Leuri dizia.
Em algum lugar de Kalos, Diego também observava a lua. Ele sentia a Dark Aura correndo em suas veias, que agora eram visíveis e negras. Seus olhos ainda estavam vermelhos, mas ele estava no controle.
Diego: E o que vem agora? — perguntou-se, entristecido.
Continua
A única coisa que é para sempre não é algo feliz. Aproveite a vida e faça a cada dia uma nova e melhor versão de si mesmo.
Esse cap... me bate uma tristeza o que aconteceu com Liza...
ResponderExcluirFoi um bom capítulo a mostrar como estão todos lidando com o que aconteceu, eu mesma fico assim quando penso nisso e fico sad :(
O momento de Korrina e Lucario foi muito fofo, mas o de Carbink e Brendan me bateu com força, adorei como descreveu as conseequecias que a viagem a Kalos trouxe para todos e em como estão todos afetados. Esse não foi um capítulo de comédia e sim para tentar curar os destroços dos corações partidos. Vai ser preciso muito para que todos voltem à jornada sorridente d antes...
Gostei que Leuri tivesse ficado com a Lunatone, acho que Liza desejaria o mesmo e faz todo o sentido, já que foi Leuri a apanhar a bola,,,
O cap foi muito emotivo, gostei dele assim como suas escolhas musicais, construiram um bom ambiente...
Continuaa