Capitulo 127: Entre a Vida e a Morte, mais uma vez!

Todas as vezes que eu sentia que estava mais perto... Você se afastava.

Todas as vezes que eu queria estar mais perto... Algo me provava que deveria estar longe.

   Latios e Latias voavam em alta velocidade pelas nuvens, perseguindo a plataforma de Joseph Stone, sem saberem para onde ele iria. Leuri não sentia-se muito bem, evitando pensar no Baile agora e focar em alcançar o pai de Steven, e mesmo que estivesse de noite, o céu era iluminado por uma forte fonte de luz desconhecida entre as estrelas.

Leuri: Eu nunca havia parado para pensar que as nuvens não somem de noite — ela diz, com uma mão para fora do corpo de Latios, passando por nuvens — Não notar algo que sempre esteve ali só por não conseguir ver... É uma metáfora, eu acho que posso chamar assim.

   Steven não conseguia ouvir Leuri, mas imaginou que deveria falar algo, e então decide desviar os olhos da plataforma de seu pai.

Steven: Latios e Latias são capazes de saltarem por dimensões de tão rápidos que são... — ele grita para Leuri, que segura no pescoço de Latios após uma parada brusca — Está tudo bem?! O que houve?

~Fuooon... — Latios mantém-se estático no ar, e Latias observa a plataforma de Stone desaparecer de sua vista, mas voa para perto do irmão.

Leuri: Você disse que esses Pokemon são irmãos que enxergam a alma das pessoas... Eu acho que Latios sabe que não posso continuar.

Steven: Leuri... — apreensivo, ele prefere deixá-la falar.

Leuri: Estou amaldiçoada por causa de um livro que abri — revelou para o Campeão de Hoenn — Todas as desgraças que acontecem com Diego, enquanto eu estiver feliz, ele sucumbirá cada vez mais. Nada pode deixá-lo bem, ou então perecerá, como Liza. Não podia continuar com Wally por causa disso, mas... Xerneas poderia ter me avisado.

Steven: Xerneas? — perguntou, e Leuri assentiu.

Leuri: Xerneas e eu estamos conectados desde o despertar de Groudon e Kyogre, já dividimos o mesmo corpo. Essa história é tão confusa...

Steven: Leuri, eu realmente te entendo e até te levaria numa terapia, mas precisamos seguir o Stone — ele falou, e Leuri fez bico — Não me entenda mal, a plataforma que ele usa é abastecida com a essência de Latios e Latias, que já estiveram nas mãos dele. Precisamos fazer isso, por esses dois também.

   Olhando para os irmãos mega evoluídos, Leuri leva uma mão até o coração e concorda. Latios e Latias trocam olhares e aumentam mais ainda suas velocidades, protegendo Leuri e Steven com laços presos em suas almas, os mantendo assim seguros durante o voo. Mas... Para onde Stone iria?

   Notando uma grande montanha aparecendo ao longe, Leuri força a visão, logo a identificando. Mas o que ela não havia reparado era que estava sendo seguida.

Mt.Pyre... O lugar onde as almas descansam.

   A plataforma de Stone flutuava diante do Mt.Pyre, já sem ele em cima dela. Havia uma entrada brilhante na montanha, com diamantes a rodeando, e Leuri já imaginava do que se tratava, mas não iria falar até ter certeza. Latios e Latias continuavam a voar, até que o céu se ilumina e são cercados por raios.

Steven: O que é isso? — perguntou enquanto Latias recuava. Ele libera Metagross, percebendo um vulto passar entre os raios — Psychic!

~Metaaa!!

   Levitando, Metagross emite ondas psíquicas de seu corpo, e seu processador o permitia analisar o ambiente. Ele investe contra os raios, golpeando algo que rola abaixo.

Leuri: Huh? — ela notava a névoa rosada que via desde que acordou de seu sonho, mostrando pessoas que conheceu lá, como Guzma e Lana — Steven, pare! Não é um inimigo!

Steven: Como não é? — perguntou, olhando a garota montada em Latios.

Leuri: É você! Mas como? — perguntou, e Steven continuava confuso, até que uma figura se materializa na eletricidade.

Leuri: Você é... Tapu Koko — de olhos fechados, lembra-se do nome — A divindade guardiã de Melemele... Me abençoou depois de vencer Hau no festival, eu me recordo perfeitamente!

Steven: Leuri, perdão, não sei do que está falando.

Leuri: Quando seu pai me prendeu num sonho, estive em Alola, um arquipélago de quatro ilhas protegidas por divindades. Tapu Koko era um dos protetores, mas... Como é possível que ele esteja aqui?

   Acariciando a cabeça de Latios, Leuri o faz voar até Tapu Koko, que abre-se e revela seu corpo, aproximando a mão do rosto de Leuri, ganhando permissão para tocá-lo.

~Kokeo...

Leuri: Eu não entendo... — ela nota a névoa rosada ao redor da divindade — O que você tem com isso?

   Outra figura materializa-se diante de Latias, que se assusta, mas mantém-se parada. Steven grita para Leuri, que novamente entra em choque.

   Para completar, mais uma aparece ao lado de Tapu Koko, e os irmãos da alma e Steven estavam perdidos com aquilo tudo.

Leuri: Tapu Bulu e Tapu Lele — lembrou-se, levando uma mão até a cabeça, sentindo-a doer — As lembranças de Alola... Por que me machucam tanto?

~Bulelu!

~Lerelele!

   As divindades dançam ao redor de Leuri, deixando cair escamas rosadas sobre o corpo dela, que irradia Fairy Aura. Mesclando-se, transformam-se em névoa, e Leuri lembra-se da idosa Zinnia falando sobre fazer parte dela. Então, a menina leva sua mão até a névoa, vendo-a desaparecer ali.

Leuri: A névoa... É o poder de vocês combinado com a Fairy Aura — desvendou, e as três divindades se uniram — Quando eu sonhei com Alola, minha aura se fundiu com a de vocês! Todas as vezes que voltei a ver a névoa era porque estavam me seguindo!

~Kokewu! — Koko afirma com a cabeça e aponta para baixo do pescoço de Leuri, que percebe um brilho saindo de sua blusa.

Leuri: Aaaah!! De onde isso veio?! — ela tenta bater em seu peito para fazer o brilho parar, mas quando o aceita, percebe ser azul e estar num formato de X — Q-Quê?!

Steven: Você contou que Yveltal marcou Diego ao se fundir com ele, não foi? Talvez tenha sido o mesmo todo esse tempo, com você — teorizou, e Leuri aceitou, realmente fazia sentido.

   Os três Tapus interrompem Steven, moldando a névoa para formar Guzma, que faz Leuri corar. O homem a olha nos olhos e fala "Fique em Alola".

Leuri: Ficar em Alola... Vocês tentaram me dizer isso, todo esse tempo! Mas eu não posso continuar em Alola, sinto muito, minha vida de verdade está aqui, nessa realidade — respondeu, e os Tapus pareceram amuar — Eu preciso resolver algumas coisas, tudo bem? Depois nós conversaremos, prometo!

   Latios e Latias desfazem o campo de raios e investem na direção do Mt.Pyre, deixando as três divindades guardiãs a se olharem.

Steven: Você é mesmo alguém diferente, Leuri. Quando a conheci em Kalos, senti que tinha algo especial em sua essência, mas não imaginava que estivesse ligada com tantas coisas — falou com Leuri, saltando das costas de Latias.

Leuri: Ah!, naquela época eu não era assim! Isso começou quando abri o livro...

Steven: Não falo da maldição ou o que for que seja, mas sobre você ser especial. É alguém com imenso potencial, tem trabalhado ao meu lado todo esse tempo — elogiou a garota, que sorriu como resposta.

   Latios e Latias ficam a esperar pelos dois, do lado de fora. Já para dentro da entrada aberta no Mt.Pyre, Leuri e Steven encontravam um quarto, com cama, televisão, papel de parede e brinquedos, estranhando.

Leuri: Heh? Seu pai queria dormir? — perguntou, segurando um Stufful de pelúcia.

 — Bem vindos! Estão na minha base secreta, haha! — exclamou, cutucando Leuri, que salta para perto de Steven e Metagross — Heh? Não sou perigo, sou Aarune! Na verdade, vocês é que invadiram minha base..

Leuri: Sua base secreta... — ela observa um poster de Lisia na parede.

Steven: Não viu nenhum homem baixinho e com raiva passando por aqui, viu? — perguntou, e Aarune começou a pensar.

Aarune: Irra! Vocês estão com sorte, eu vi sim! — empolgado, ele exclamou — Mas só digo para onde foi se forem capazes de enfrentar meu Z-Move! Hahaha!

Leuri: Z-Move! — ela lembra-se do que se tratava, sentindo-se tonta e precisando da ajuda de Metagross para ficar de pé.

Aarune: Ora, se não quiser lutar, não precisa! Eu sou um bom homem do interior, posso contá-los sem problemas.

Steven: Então conte logo!

Aarune: Digamos que eu estava descansando e esse homem quebrou a entrada da minha base, e logo depois quebrou outra parede e saiu correndo, como podem ver — apontou para a parede quebrada.

Leuri: É para lá, Steven! Obrigada, moço — agradeceu, e o homem sorriu, decidindo acompanhá-los — Okay...

   Para dentro do buraco, Leuri se vê num solo azulado e reluzente, tendo sua teoria confirmada. 

Leuri: Steven, Metagross... — ela começa, mas é interrompida.

Aarune: E Aarune!

Leuri: E Aarune — repetiu, um tanto alterada — Nós estamos na Reflection Cave, em Kalos. Os espelhos das paredes são projeções do sonho de Yveltal, passagens para entrar nele. Não é a primeira vez que venho aqui.

Steven: O sonho de Yveltal... O que meu pai quer aqui?

   Uma das Pokeballs de Leuri abre-se sozinha, liberando Lunatone, que olha para todos os lados, com lágrimas escorrendo dos olhos.

~Luuuun!

Leuri: Lunatone? — ela encostou no corpo da Pokemon, fechando os olhos para compreender seus sentimentos, até que se espanta.

Leuri: Como pode? — perguntou, e todos ouviram o som de passos. Algo salta para trás do grupo, que vira-se.

Liza: Vocês... Estão aqui — ela falou, e Leuri não conseguiu reagir.

~Luun! — a Pokemon se aproximou de Liza, recebendo um abraço dela.

Liza: Eu também senti sua falta, minha amiga!

Steven: Eu... Não consigo entender. Liza? É mesmo você? — perguntou, encostando na garota.

Liza: Yep! Sou eu! Como vocês estão? — perguntou, e Leuri esfrega os olhos, desacreditada.

Leuri: Liza, você... — ela é calada pelo indicador de Liza, que sorri, ainda com Lunatone ao seu lado.

Liza: Eu sei o que estão fazendo aqui, e vou ajudá-los. Stone passou para o mundo do espelho, o sonho de Yveltal e tudo mais, ele não têm boas intenções, posso garantir — segurou nas mãos de Leuri, que a abraçou em seguida.

   Antes do grupo prosseguir para dentro do espelho, Aarune olha para trás, vendo a névoa rosada para dentro de um espelho.

"..."

   Ao abrirem os olhos, o grupo estava num lugar em ruínas, e Leuri estranhava não ser recebida por sua versão daquela realidade, como era o costume. Steven se abaixa ao ver aves obscuras voando, mas Leuri o tranquiliza, explicando sobre quem eram.

Liza: Vamos, é por aqui! — ela guia os outros, correndo na frente deles, até que o chão vai ficando vermelho, com linhas pretas por toda a extensão dele, como as asas de Yveltal.

Leuri: Seria...

   Um casulo negro era a fonte de energia daquele lugar, pulsando como um coração. Stone estava ajoelhado em sua frente, de mãos unidas, parecendo suplicar algo.

Leuri: Aquele é Yveltal — apontou para o casulo, e Steven então viu seu pai.

Stone: Eu imploro... Empreste-me seu poder, Yveltal — ele quase encosta sua cabeça no chão, mas não era respondido.

Steven: Você não é de devolver o que o emprestam, pai — Steven falou, diante das costas de seu pai — O que pretende aqui?

Liza: E não adianta esconder mais nada! O mundo vai acabar, e você não tem nenhuma proteção aqui — alegou, com Lunatone ao seu lado.

Stone: Eu só quero o bem, já disse no Baile — reforçou sua fala, mas ninguém acreditava — E para isso, preciso capturar Yveltal. Usando o poder dele, posso tirar a vida do ser que controla o meteoro e assim destruí-lo!

Steven: Como vai destruir o meteoro apenas matando quem o controla?

Stone: A Energia Infinita, Steven, não se faça de idiota, você tem a mente brilhante, assim como o Pokemon que te dei — referiu-se a Metagross, que recusava-se a olhá-lo — A morte de um ser tão poderoso trará mais do que o necessário que preciso dela para destruir o meteoro, sendo mais potente do que a própria arma que Lysandre me roubou. Eu salvarei o mundo!

Leuri: Você quer que Yveltal mate alguém... — encostou no casulo, preocupada — Ele está fraco, ainda mais desde a última vez que vim aqui. 

Stone: Pegue — entregou uma esfera roxa para Leuri, com um M estampado na parte de cima — É uma Master Ball. Ela foi desenvolvida pela Devon para capturar qualquer espécie de Pokemon imediatamente, sem precisar de um combate. Você é a esperança, Leuri!

Leuri: Não, eu não quero isso — devolveu a Master Ball, e todos ficaram impressionados — Yveltal, me escute!

   Abraçando o casulo, Leuri expande sua Fairy Aura ao redor dele. Liza, Steven e Aarune torciam para que ela conseguisse o que queria, mas também estavam preocupados sobre o Pokemon despertar.

Leuri: Eu te disse que não precisava fugir dos seus sentimentos da última vez que estive aqui, e por isso me expulsou — falava, mantendo o abraço — Por favor, converse comigo de novo. Um abraço é uma maneira de demonstrar que me importo, não acha?

   Iluminando-se, o casulo desabrocha, e Leuri se mantém parada, sendo protegida pela Fairy Aura. O restante das pessoas estavam boquiabertas, vendo a lendária ave da destruição diante de seus olhos.

Yveltal: Você... Continua vindo — sua voz amargurada soa pelo local, sendo ecoada por toda a realidade do espelho — Eu já disse que não preciso que me ajude.

Leuri: E eu te digo que agora tenho certeza que precisa! Yveltal, eu descobri sobre a maldição do livro! — sua fala parece surpreender Yveltal, que aumenta a camada de Dark Aura ao seu redor, deixando-a visível — Xerneas e eu, Diego e você... Nossas vidas estão conectadas!

Yveltal: Diego — ele repete, e seus olhos cegos se acendem. Num piscar, Diego, com as asas abertas e Wally ao lado, surgem no local — Eu me sinto conectado a você, Diego.

Diego: Heh? — ele nota as pessoas presentes, com exceção de Liza, que se escondeu atrás de Metagross — O que estou fazendo aqui? Estava no Baile, combatendo Lysandre!

   Surgindo do casaco de Diego, uma névoa arroxeada tomava a forma de Spiritomb, que rodeia o corpo de Wally.

Wally: O mesmo que ele — falou a seu respeito, e Spiritomb repete, o que assusta Leuri por eles estarem agindo igual, mas não podia focar nisso agora.

Leuri: Diego! — ela corre para abraçar o garoto, que a afasta. Yveltal observa com atenção através de sua aura.

Leuri: Você consegue sentir, Yveltal? Estamos juntos, aqui, passando por situações semelhantes, unidos por uma maldição! — falava com a ave, que era encarada por Diego e Wally — Nós podemos superar tudo isso... Eu preciso ser otimista sobre, porque nem Diego e nem você acreditam nisso, mas eu sim! Não vou desistir nunca de vocês!

Diego: Leuri...

Leuri: Então, por favor, Yveltal! Eu te peço para acreditar também e ajudar! — seu pedido faz a ave levantar a cabeça, ajeitando a postura — E o mesmo para você, Diego. Não desista!

Yveltal: Você é uma humana tão desprezível... — sua fala faz Leuri sorrir, e ela se aproxima dele, encostando suas cabeças — Eu aceito.

Diego: Eu também — encostou no corpo de Yveltal, que não se importava, mas o menino deixa de senti-lo, quase caindo.

   Antes que Leuri pudesse fazer algo, Stone havia arremessado a Master Ball na ave, que é sugada imediatamente para dentro dela, sendo capturada. Diego sente-se fraco, caindo no chão avermelhado, e Liza corre até ele.

Liza: Diego, acorde! — ela tenta levantá-lo, mas seu corpo não respondia, estava inanimado — Não...

Leuri: Você... COMO PODE?! — incrédula, ela vê Stone pegar a Master Ball.

Stone: Eu irei proteger o futuro da Devon! — segurou a esfera com força, e Leuri disparou na direção dele com raiva.

   Porém, sem Yveltal, a realidade dos espelhos não podia se manter, e todos são refletidos para a entrada da Reflection Cave no Mt.Pyre.

Leuri: Me dá isso! — ela segura nas mãos de Stone, puxando a Master Ball — Você não pode usá-lo contra a vontade dele!

Stone: É para salvar o mundo, eu estou do seu lado! Como não consegue ver que queremos o mesmo?! — fazia força, empurrando a garota, que cai perto de Wally, mas ele não faz nada, ainda rodeado por Spiritomb.

Steven: Não concordamos com sua forma de salvar o mundo — ele acerta um chute na barriga de Stone, que solta a Master Ball e leva as mãos até a barriga. Receoso, Steven deixa os cabelos cobrirem o rosto, travando, mas Leuri pega a bola.

   Quando iria quebrá-la, Leuri observa a Fairy Aura ao seu redor impedi-la. Ela continua se forçando, mas era inútil, até que uma projeção de árvore aparece para todos, tomando a forma de Xerneas.

Xerneas: Você não deve libertar Yveltal, ou ele destruirá tudo novamente! — se pronunciou, e Leuri o olha com raiva.

Leuri: Eu... faço... O QUE EU QUERO! — gritou, agoniada pela Fairy Aura prendendo-a, mas pressiona o botão central da Master Ball, liberando Yveltal.

Yveltal: Argh! —  batia suas asas, colidindo com a montanha, atrapalhado por ter sido solto de uma Pokeball.

Diego: Quê... — recuperando os sentidos, ele vê o rosto de Liza, levantando-se de prontidão — L-Liza?! Como?

Liza: Eu estou tão feliz por você ter acordado, pensei que... Não importa, você está aqui! — abraçou Diego, que derrama lágrimas negras, correspondendo.

Diego: Eu não sei como você... — ele é interrompido pelo indicador da garota, que continuava sorrindo — Eu sinto muito, mas não pode ficar comigo, Liza! Você vai acabar se prejudicando muito, eu estou amaldiçoado!

Liza: Não tem problema, acredita em mim, por favor — pediu, segurando nas mãos de Diego, que mordia o lábio inferior.

Diego: Então... Eu preciso te responder que eu também gosto, gosto muito de você — lembrou-se do que Tate o disse no Baile de Hoenn, corando, assim como a menina.

   Porém, Xerneas agora questionava Leuri sobre a atitude dela, enquanto Yveltal voava no mesmo lugar, perto da menina. Stone era segurado por Steven e Aarune, e Wally e Spiritomb mantinham-se iguais.

Xerneas: Por que quer ser assim? Você não pode ter esquecido quando ele quase tirou a vida do seu amigo! — falava de Diego, e Leuri cerra os punhos.

Leuri: A morte é tida como algo ruim, mas quem disse que a vida é boa? — perguntou, e Xerneas ficou sem resposta. Yveltal fica surpreso, mas não interfere — Você nunca se importou com Yveltal, só o culpou por ter se revoltado e ficado mal, sendo que é o direito dele! 

   Ouvindo o discurso de Leuri, Diego abaixa a cabeça, assim como Yveltal. Spiritomb e Wally o olham ao mesmo tempo, curiosos.

Xerneas: O que está dizendo, Leuri? Yveltal não ficou apenas revoltado, ele tirou a vida de inúmeros seres! — a questionou, iluminando seus chifres e se aproximando mais dela.

Leuri: Por que me pergunta? Deveria conversar com ele, caramba! — ela usa as duas mãos para apontar para Yveltal, e Xerneas, mesmo ofendido, decide fitá-lo.

Yveltal: Hm... — sem conseguir dizer nada, Yveltal continua de cabeça baixa, mas Diego se junta com Leuri, segurando na mão dela.

Diego: Eu estou com você — sua voz acendeu algo em Yveltal, que levanta a cabeça e aterriza no Mt.Pyre, obrigando as pessoas a se segurarem para não caírem.

Yveltal: Desde sempre, os humanos e os Pokemon o agraciavam com oferendas, presentes, rezas... Admiração — começou a falar, e Xerneas levantou uma sobrancelha — Já eu sempre fui visto como demônio por cuidar da parte da morte, no equilíbrio da vida. Nós sempre estivemos juntos, mas você não se importou quando o falei dos meus sentimentos, me tratou com indiferença! Desde então, destruir foi o que fiz, para me provar relevante.

   Assimilando tudo que Yveltal disse, Xerneas mantém o silêncio por alguns segundos, mas seus chifres continuam acesos e então se volta para Leuri, que esperava uma resposta.

Xerneas: Nada justifica tudo o que Yveltal fez. Leuri, destrua o livro para que a maldição seja quebrada — encarou a garota, que se encheu de raiva.

Leuri: VOCÊ SABIA! — gritou, e sua Fairy Aura passou a escurecer, tornando-se...

Diego: Dark Aura — reconheceu, chocado.

Leuri: Você sabia da maldição, mas não me contou por todo esse tempo! — continuava a gritar, e Xerneas recua uma de suas patas dianteiras, nervoso — E por todo esse tempo eu... confiei que estivesse me ajudando!

Yveltal: A vida não ajuda ninguém — falou, e Xerneas voltou a encará-lo, também enraivecido.

Leuri: Yveltal, ataque Xerneas — comandou, e o lendário aceitou a ordem.

   Carregando suas asas com energia obscura, Yveltal focava em Xerneas, que estava surpreso pela mudança de Leuri. Antes que fosse disparar, ele cessa o movimento, dissipando o poder.

Leuri: Não... Xerneas, você está passando pelo mesmo que eu, de alguma forma, assim como Diego e Yveltal. Essa maldição nada mais é para que todos nos resolvamos. Vamos encarar nosso problema, perceba que estão cometendo erros por séculos! — exclamou, e Xerneas sentia-se mais nervoso, ainda olhando para Yveltal.

   Sentindo algo passando ao seu lado, Leuri percebe ser Wally, com o rosto todo ganhando o tom roxo. Ele abre os braços e revela correntes fantasmagóricas que se acendem, mas logo somem, e Spiritomb flutua para cima de seu corpo.

Xerneas: Não!! — gritou, também sendo acorrentando por Spiritomb, tombando na montanha.

Stone: Uh...

Steven: C-Como?!

Liza: Xerneas!!

Leuri: Wally, o que você fez? — perguntou, encostando no ombro do garoto.

Continua...

Quando tudo se torna bom para um, o outro cada vez mais cai em ruínas. O mau da história é aquele que sempre foi bom. Acorde, a vida e a morte, para que haja um amanhã. O casal que abrir esse livro não poderá fugir desse destino.