Capitulo 125: O magnífico Baile de Hoenn!

   Na casa de Harley, Leuri afastava as cortinas azuladas, sorrindo para o pôr do sol. Finalmente chegava a hora do Baile de Hoenn!

Leuri: Todos os meus amigos estarão lá! — ela juntou as mãos, ansiosa — Vai transformar o dia de hoje numa data super especial! É a chance... de tudo se resolver, eu sinto isso!

~Froga! — o sapinho pula para perto de Leuri, com uma gravata na cabeça.

Leuri: Ai, Frogadier, deixa comigo! — ela ajoelhou-se diante do Pokemon, dando nó na gravata ao redor de seu pescoço, a ajeitando — Isso me lembra, também tenho que me arrumar!

   Correndo pela casa, Leuri dá as mãos para Frogadier, o levando junto. Pensava no Baile, empolgada para ver como seria. 

Brendan: O que você achou, Leuri? — perguntou, dando uma volta para Leuri, mostrando seu terno e fazendo uma reverência no final — Eu mesmo que fiz!

Leuri: Está muito chique, Brendan, eu adorei! — ela o imita, também fazendo uma reverência, e ambos riem.

Brendan: É o momento de resolver as coisas com a May... Depois disso, estarei pronto para o Grande Festival!

Harley: E iremos juntos! — ele apareceu na sala, também já arrumado — Não conseguimos pares, então... 

Brendan: Pois é, somos nós dois hoje — ajeitava seu cabelo num espelho segurado por Mini, que também usava um vestido.

Harley: Será o evento perfeito para marcar meu progresso!

   Feliz pelos dois, Leuri continua a andar e quase esbarra em Carbink, que era acompanhado por Carkol. A pedra falante usava uma gravata feita de diamantes, onde a insígnia que Korrina o deu no ginásio de Tate estava presa.

Carbink: O grande dia, Leuri! Carkol e eu estamos empolgados para dançar e comer!

~Carkol!

Leuri: Com certeza será divertido, mas não coma além da conta, tá? — riu, e Carbink a mostrou a língua, também se divertindo.

Lisia: Leuri! — ela parou a garota, que repara em seu vestido. 

Leuri: Lisia, você está maravilhosa!

Lisia: O que posso dizer? — corada, ela sentia-se mesmo bonita no vestido — Mas agradeço, combina com a roupa do Wallace! O meu quarto está livre para você se aprontar!

Leuri: Obrigada, Lisia!

   Abrindo a sacola do Bruxishopping, Leuri retira seu vestido de lá, este não sendo o que Wally escolheu. Estava preocupada por não ter contado sobre, mas a vendedora Leavanny e Diego conseguiram convencê-la a trocar o vestido na loja. 

Diego: Desculpa — ele entrou no quarto e viu Leuri, envergonhando-se e virando-se para sair.

Leuri: Tudo bem, Diego! Você vai com essa roupa? — fitou o casaco do garoto, que também usava luvas azuis e calça social.

Diego: É minha melhor roupa — respondeu, deixando o quarto — E você está... linda. Bom que escolheu o vestido certo.

Leuri: Obrigada, estou feliz por você vir! Não se preocupe tanto com o dia de hoje, vamos achar um jeito de arrumar as coisas — sorriu, e o garoto deixou o quarto de cabeça baixa.

   Terminando de se arrumar, a campainha da casa toca, e ela já sabia quem estaria na porta, correndo para abri-la, mas o pai de Harley foi mais rápido.

Wally: Surpresa! — ele olhou para Leuri, que cora ao vê-lo — Seu vestido...

Leuri: Eu sei, mas precisava que fosse este... — disse, de cabeça baixa, mas Wally a levanta com o dedo indicador.

Wally: Está perfeita, não se preocupe.

Leuri: E você está muito charmoso! — deu o braço para o garoto, preparados para saírem de casa. O restante os acompanham, iluminados pelo céu estrelado.

   Já no salão nobre de Sootopolis, onde o Baile estava acontecendo, o grupo se impressionava com a beleza do ambiente, também reparando nas pessoas.

Jeff: Com sorte encontraremos meu pai hoje..

~Weep!

   Lembrando-se daquele homem, Leuri se arrepia. No Festival dos Ursos, em Lavaridge, ele os perseguiu procurando por seu pai.

   Também no salão, pessoas conhecidas podiam ser vistas, como as amigas de Macey, o ex namorado de Harley, o Coordenador João e outros.

   Roubando a atenção do grupo, Serena dançava com Jack, que usava um blazer azulado. A menina nota sua meio irmã, segurando na saia para correr até ela.

Serena: Vocês vieram! Eu estou super empolgada, a noite promete! — ela segurou nas mãos de Leuri, que soltou-se de Wally.

Leuri: Óbvio! A música está bem agradável por aqui — ela fechou os olhos para ouvir, mas logo lembra-se de Jack — E... Como ele está?

Serena: Um tanto mais quieto que o normal, mas ensaiamos a dança, afinal posso ser a Rainha do Baile hoje, hehe! 

Jack: E eu o Rei — constatou, aproximando-se.

Brendan: Bom te ver! — cumprimentou o garoto, que o pergunta com quem ele veio — Ehr...

   Procurando por Harley, Brendan o vê junto de Carbink e Carkol, saltando para uma mesa de doces chiques. Também havia uma fonte de chocolate, impressionando Carvanha, que se controlava para não nadar nela.

Carbink: Harley, trouxe a bolsa? 

Harley: Óbvio! Vamos guardar tudo!

~Carkol!

Brendan: Digamos que minha presença vale como meu par...

Leuri: Mas como assim, tem algum título para o melhor par na dança?

Serena: Claro! Eu pesquisei sobre o Baile, e por isso analisamos os passos dos últimos reis e rainhas para desenvolver nossa própria dança. 

Wally: Então nós temos um desafio aqui, Leuri! Vamos vencê-los nisso!

Leuri: Eu estou disposta!

Serena: Só não faça como na festa de quinze anos da filha da nossa vizinha, tá? — as duas riram, e Wally e Jack não sabiam do que se tratava.

   As luzes apagam-se por todo o salão, focando apenas no palco elevado, onde uma mulher loira com seu longo vestido lilás subia, acompanhada por alguém escondido nas sombras.

Leuri: Quem são aqueles? — perguntou-se, forçando a visão.

Jack: Aaaah!! São da Elite de Hoenn, Glacia e Sidney! — reconheceu, segurando a bolsa de Leuri, que a pega de volta — Desculpe, é o costume...

Serena: Glacia e Sidney foram os reis do Baile do ano passado — explicou, e Leuri prestou atenção nos dois.

Glacia: Boa noite, Sootopolis. Sou Glacia, como sabem, e peço a atenção de vocês para algumas palavras — pediu no microfone. Seu hálito era gelado, mesmo que a temperatura estivesse agradável.

Sidney: Gweh! — pegou o microfone, soltando uma risada estranha — Está cheio de moças bonitas aqui, quem sabe alguma se torne a mãe do Sidney Junior?

Laura: Que horror — resmungou, e as amigas de Macey riram.

Glacia: Como eu ia dizer — fitou o homem com frieza — Essa noite passaremos as coroas para um novo par, por isso coloquem seus nomes na lista. Também teremos os sortudos que dançarão a valsa abaixo da luz da lua de sangue.

Sidney: Ela é só vermelha, não se preocupem, protegerei as moças que tiverem medo — roubou o microfone de Glacia, mas levou um cascudo dela.

Glacia: Enquanto isso, aproveitem as músicas e dancem! — pediu, em seguida virando de costas e descendo do palco com Sidney.

   Na pista de dança, os líderes de ginásio eram os mais ovacionados, tendo diversos fãs que filmavam suas danças. Entre eles, Roxanne e Adelaide eram as mais lentas, mas também coordenadas nos passos, como se tivessem estudado cada movimento.

Wally: Hey! Professoras! — ele acenou, e ambas sorriram.

Roxanne: É ótimo ver os ex alunos aqui, me sinto orgulhosa de terem chegado aonde estão.

Adelaide: Soube que todos que se formaram no início do ano já completaram suas metas.

Flannery: Vamos com calma, Brawly! Se você pisar no meu pé, eu juro que piso em outro lugar seu! — ela falava, antes de dar as mãos para o homem.

Brawly: Se não for você a pisar no meu, distraída com toda a minha elegância.

Winona: Wattson, e esses óculos? — ela ria, rodopiando com seu terno, de braços abertos.

Wattson: HAHAHA!! Gostou?! Me deixam mais estiloso!

Caroline: E por falar em estilo... — ela aproxima-se de Wattson, apontando para Norman.

Norman: Gostaram, não é? Minha roupa é parecida com a do meu filho na Copa Fantina!

Caroline: Está lindo — ironizou, virando o rosto para rir.

Phoebe: Haha! Vovô, até que usar vestido é divertido!

Spencer: Hoho! Bom que gostou!

   Sentados numa mesa, Steven estava com Drake e Zinnia, todos apreensivos. O mais velho parecia incomodado com sua roupa improvisada, não estando acostumado a usar camisas.

Drake: Como aguentam esse tecido colado? — tentava alargar sua roupa.

Zinnia: Só uso roupas porque quando não usava me olhavam estranho — revelou, e Drake se calou.

 — E você, Steven? Por acaso não está afim de um pouco de glamour para se distrair? — uma voz familiar foi ouvida por Steven, que sente mãos em suas costas.

Wallace: Vamos dançar! — convidou, sorrindo para o homem.

Steven: Wallace, você sabe que... — ele foi calado pelo indicador de Wallace, que o puxou para a pista.

Wallace: Quando for a hora, estaremos prontos, mas nada nos impede de curtir uma dança — disse, e Steven acaba aceitando.

Leuri: É como eu imaginei! O Baile de Hoenn é maravilhoso, tudo de bom! — ela elogiava, tomando um drink com Wally.

   Os dois também viam Kátia e Steve, acompanhados por Pachirisu e Zera, dançando. Macey imitava Ducklett, que a seguia correndo. Mable e Lindona, e Clyde e Joseph eram outros que conversavam de pé, bebendo.

Maki: Leuri, não é? — perguntou, acompanhada por outros dois Ducklett — Obrigada mesmo por ontem! Me sinto capaz, vim para me divertir hoje!

Leuri: Relaxe, Maki! E foi a Macey que realmente te ajudou, eu apenas estive lá — disse, e a mulher concordou, rindo.

Maki: Essa será a última vez que terei pressa de algo! Estarei diferente quando me verem de novo! — afirmou e correu para o meio da multidão, deixando Leuri curiosa sobre.

   Carbink, Carkol, Meditite e Carvanha saltitavam pelo salão, passando pela mesa de doces refinados. Harley fingia comer com classe, ao contrário de Brendan, que não controlava a ansiedade.

Brendan: Eles estão lá — falou, apontando para May e Winnie, que dançavam juntos.

Harley: Ela vai falar com você, fique tranquilo! Vou pegar ponche! — e foi rebolando fazer o que disse.

   A música havia mudado no salão, e Diego caminhava com um bolinho em mãos, mas alguém esbarra nele, o fazendo derrubar. Suspirando, senta-se numa mesa, sozinho, até que outra pessoa junta-se a ele.

Tate: Como vai, Diego? — perguntou, e o garoto não responde — Estou me sentindo estranho, Solrock me incentivou a vir, mas é diferente sem a Liza.

Diego: Você parece bem.

Tate: Já faz um tempinho, mas ainda dói muito. Sei que você e ela estavam próximos, e que têm coisas horríveis acontecendo, mas não deixe de acreditar.

Diego: Acreditar em quê? É culpa minha Liza ter morrido — abaixou a cabeça, e Tate encostou em seu ombro.

Tate: Não, não é mesmo culpa sua. Tinha que ser, e foi. Pare de se culpar por isso, ela gostava de você, não ia querer que fosse assim!

Diego: Gostava de mim... — refletiu sobre as palavras, lembrando-se do livro.

Tate: Me sinto sozinho e deslocado, mas você também, não é? Por que não curtimos o Baile juntos? — perguntou, e o garoto levantou a cabeça, o vendo sorrir.

Diego: Curtir o Baile... Quando ouvi sobre pela primeira vez, imaginava que seria diferente — pensou em Leuri — Mas talvez... Talvez não tenha problema aproveitar o Baile. Quer dizer, o que pode dar errado aqui? Não estarei envolvido com ninguém, só comigo mesmo...

   Interrompendo a conversa de ambos, as luzes se acendem no palco, onde Norman é visto, com seu uniforme similar ao de Brendan. Estava acompanhado por Slaking, de pé.

Brendan: Mas que... — ele pergunta-se, vendo Norman começar a dançar com Slaking, alternando as mãos que jogava para trás da cabeça, movendo o quadril para a frente. 

~King! — Slaking prolonga suas garras, arranhando o ar e espalhando a energia que usava para fazer Norman e ele brilharem.

Norman: Foi lindo, eu sei! — agradeceu, mesmo ninguém tendo dito nada — Eu estou anunciando que participarei dos Contests no ano que vem! Estou motivado pelo meu filho, Brendan!

Brendan: Ain — ele abaixou-se envergonhado, enquanto Norman continuava a falar dele.

Caroline: Levanta essa cabeça, praga — deu um tapa nas costas de Brendan, que se ajeita — Meus parabéns pelo que conseguiu, mas acho que seu pai está um tanto surtado.

Brendan: Mãe... Digo, Caroline — corrigiu, para não incomodar a mulher — Você veio também! Me assistiu na...

Caroline: Copa Fantina, aham — pareceu não se importar, mas o menino mostra-se feliz, nem ligando para Norman falar sobre sua infância para todos.

May: Hahaha!! Ouviu isso, Winnie? O próprio Norman, em Contests! — caçoava, rindo alto.

Winnie: Aff, May, pare de ser escandalosa — repreendeu, e a garota resmungou alguma ofensa — O que disse?

May: Ai, Winnie, estou cansada já! Somos amigos, mas precisa ser assim? Antes era apaixonado por mim, agora reclama de tudo que faço! Não podemos ser apenas amigos?!

Winnie: Zelo pela forma como me veem, e serei alvo de piadas com alguém rindo assim, só isso. Sem falar nesse vestido...

May: Se eu incomodo tanto, por que não vai embora? — irritou-se, cerrando os punhos.

Winnie: Eu só queria alguém para vir comigo, mas está certa, eu vou — deixando May chocada, ele anda para longe. Estava sem sua gravata de sempre.

   Procurando por Brendan, Winnie o encontra ao lado da mãe, a cumprimentando antes de falar com ele. 

Winnie: Eu não me importo se fiz do jeito errado, mas da próxima vez que nos encontrarmos, serei alguém diferente — falou para o garoto.

Brendan: Winnie? O que quer dizer? — perguntou, e o garoto sorriu, enfiando as mãos no bolso e se dirigindo até a saída do salão — Huh...

   Voltando para Leuri e Wally, os dois agora conversavam com um outro garoto, desconhecido para Leuri.

Wally: Ah, sim, esse bobão é o Yuri — apresentou o garoto, o batendo no braço com o cotovelo, o que ele parece se incomodar, mas sorri.

Yuri: É um prazer conhecê-la, sabia que Wally tinha uma namorada!

Leuri: Ahm... E ele seria? — perguntou para Wally, que ria do garoto — Você nunca me falou dele todo esse tempo!

Wally: Eu também fiz rivais durante a minha jornada, não é óbvio? Yuri foi um deles, me rendeu alguns desafios. O Magnezone é originalmente dele, aliás, mas trocamos.

Yuri: Pois é, estarei na Liga também!

   Um tanto desconfortável, Leuri se afasta um pouco, deixando Wally a caçoar do menino, até que ele percebe e pede um momento para falar com ela.

Wally: Hey, Leuri, o que houve?

Leuri: É que... É estranho, mas nunca parei pra pensar na sua vida assim. Tipo, você também teve uma jornada por Hoenn, conheceu pessoas diferentes de mim — falava, e o menino pensava nisso, lembrando-se de pessoas como Yuri e Aarune, que o ajudou a montar sua Base Secreta — Por acaso eu não te deixei me contar sobre? Eu falo muito sobre mim?

Wally: Olha... Relaxe, mas sim, você fala bastante de você — confessou, e a garota continuava refletindo sobre — Mas não é um problema! É, não é! Está tudo bem, Leuri!

Yuri: Ei, está tudo bem? — voltou a perguntar, parecendo preocupado.

Wally: Não o interessa, Yuri — engrossou a voz com o menino, que abaixa a cabeça.

    Assustada com o jeito de Wally, Leuri percebia que não o conhecia tão bem, também lembrando de como ele era seco com as pessoas na escola, mas começou a interagir mais conforme sua relação com ele crescia. 

Steven: Leuri, podemos falar? — chamou pela garota, que o nota ali, levando um susto, mas aceita, deixando Wally e Yuri para trás.

Drake: Aí está ela — sorriu ao vê-la, sentando à mesa com Zinnia, que apenas observava. 

Leuri: Vieram curtir o Baile? — perguntou, mas sabia que isso não era bom sinal.

Steven: Oh, Leuri... Quem dera fosse. Meu pai fugiu da prisão há dois dias, e não temos informações adicionais sobre, como se conseguisse desaparecer — ele contou, e Leuri levou as mãos até a boca — Estamos escondendo isso do povo...

Wallace: O que eu não concordo — interrompeu, mas Steven o fitou — Continue...

Leuri: Olha... Eu realmente quero que o Baile seja bom, depois nós podemos conversar sobre, que tal?

Zinnia: Se houver depois — falou, mas Leuri foi puxada por Wally.

Wally: Vão sortear a valsa, a lua está quase na altura certa — falou, e Leuri ainda assimilava as informações — Coloquei nossos nomes no papel, espero que sejamos sorteados!

   Outra música instrumental tocava, numa batida mais animada. Brendan caminhava pelo salão, passando por meninas que jogavam flores para Frogadier, arrasando na pista, até que vê May tomando alguma bebida, sentada.

Brendan: Heeeey! — chamou pela garota, que o olhou entristecida — Winnie estava estranho e passou por mim... Se quiser conversar, pode me chamar, irei ouvir.

May: É que... — ela pensa um pouco, lembrando-se de meses antes, onde o garoto não parecia se importar.

Brendan: Não vou forçar, é com você, apenas estarei aqui — e se sentou ao lado dela, pedindo uma bebida.

May: Winnie e eu brigamos... Desde a Copa Fantina, ele nem tem falado comigo direito, como se o encanto tivesse acabado. Eu aproveitei para ter tempo com Leuri, Carbink, Spencer, meus amigos... Mas não temos tanta química assim — confessou, e o garoto continuava escutando — Eu sinto que não tenho amigos de verdade, todos em algum momento cansam de mim. Qual é o meu problema? Eu vou virar a louca das amizades ruins? Por que ainda tento, me dê um motivo! De novo pensei que poderia confiar em alguém, não importando o que fosse...

Brendan: Claro que não vai virar nada — respondeu — Você é a May, e as pessoas são idiotas de tratarem alguém tão legal e especial dessa forma. Me incluo nisso, também.

May: Acho que sou ingênua demais para perceber que as coisas estão saindo do controle e impor limites... Eu também fui dura com você, não fui? — perguntou, e o garoto nega.

Brendan: Nada que eu não merecesse — riu — Desculpa...

   Lacrimejando, May abraça Brendan, que corresponde na hora, sorrindo e aproveitando o momento, até que se afastam.

Brendan: Eu senti tanta falta disso!

May: Desculpa, não consigo acreditar ainda em você... Todas as vezes que deixo alguém se aproximar, descubro do que as pessoas são capazes, já está até ficando normal.

Brendan: Te peço mais uma chance — juntou as mãos — Mas se você não conseguir mesmo... Eu vou entender. Me desculpa?

   Pensando um pouco, May suspira, afastando as mãos de Brendan. Ela enxuga o rosto, o encarando séria, até que sorri.

May: Winnie não era nem 1% da nossa amizade — falou, e os dois riram, como quando eram mais novos e estavam sempre deixando Winnie com ciumes — Mas te peço pra valorizar mais a nossa relação, por favor! Cansei de me sentir sozinha num salão lotado!

Brendan: Perfect, May! — abraçou a garota de novo, que agora ri, lembrando-se do quanto ele gostava de abraçar — Entãããooo... O que acha de nos inscrevermos para a valsa da lua de sangue?

May: Por mim parece "perfect"! — imitou a voz dele,

Glacia: Atenção! — ela pediu, já de pé no palco — Dentro da Pokeball em minha mão tem o papel sorteado com o nome do par que dançará a valsa da lua de sangue! O Baile de Hoenn acontece todos os anos, não se sabe ao certo desde quando, mas a tradição é que ele ocorra no dia que a lua ficar vermelha. 

Sidney: Acredita-se que o simbolismo da lua vermelha venha do estar em silêncio, permanecer quase imóvel, como a lenta valsa e o amor — também explicava.

Glacia: Também é o início do nosso evento para decidir os reis do Baile desse ano — sua fala deixa as pessoas ansiosas — Agora, peço que virem suas cabeças em direção ao céu.

   Todos obedecem Glacia, e o teto do salão se abre, revelando o céu estrelado. A lua estava mesmo vermelha, e também havia outra fonte de luz ao lado dela.

Glacia: Quando a luz da lua de sangue recai sobre nós, escolhe duas pessoas para se conectarem, e nesse momento, o papel que está em minha mão é iluminado por ela — ela ergue o papel, que ficava vermelho pela luz.

Carbink: Wow! Isso é incrível, não é? — perguntou para seus amigos Pokemon, que concordam.

~Vanha!

~Medi...

Carbink: Não, Carvanha! Carkol e eu que seremos escolhidos para a dança, não você!

Glacia: Os escolhidos são — seu batom mais claro que os lábios, para Leuri, dava mais tensão ao momento — Leuri e Diego.

Wally: O quê? — confuso, ele é empurrado para o lado por outras pessoas, que levavam Leuri até o palco.

Diego: Parem, eu não... — também sendo empurrado para o palco, ele se vê diante de Leuri — quero...

Brendan: Isso que é surpresa — falou, com a boca cheia de salgadinhos.

Wally: Ele deve ter colocado o nome dela num papel! — protestou, se aproximando de Brendan e May.

Sidney: Que tenha início a valsa da lua de sangue! — ergueu um bastão com um pingente em formato de lua vermelha acima, refletindo a luz avermelhada pelo palco.

Leuri: Diego, você por acaso colocou nossos nomes?

Diego: Não, é claro que não!

   Então, a música começa a tocar. Como se estivessem programados, eles iniciam a dança, com Diego estendendo a mão para ela pegar. 

   Valsando lentamente pelo palco vermelho, Diego e Leuri também cantavam a letra da música, e de alguma forma a sabiam.

Leuri: Eu não posso afirmar como as coisas serão... — cantou para Diego, segurando no ombro dele com a mão esquerda.

Diego: Não posso mudar o que o destino nos fadou — continuou, pegando na cintura de Leuri — Mas eu te quero nele...

O mundo pode girar tão rápido, e é difícil se manter quando tudo está indo nesse ritmo. Mas está claro agora, quando você está comigo.

    As pessoas assistiam a dança maravilhadas, era tão lindo ver como Leuri e Diego estavam sincronizados. A lua tornava tudo melhor.

Diego: Eu sou destinado a me sentir dessa forma, e estar onde você estiver comigo — suas palavras saltavam da boca, e sua cicatriz brilhava, mas a luz da lua disfarçava — Tudo que eu queria era... Correr de volta ao passado, com você.

   Girando Leuri, Diego a ergue pela cintura, e ela levanta os pés no ar. Wally, incrédulo, não entendia como aquilo acontecia, mas também lembrava-se deles serem amigos, acima de tudo. É então que um clarão vem em seus olhos, e ele olha para o céu, lembrando-se de algo.

"Quais nomes você quer colocar para o sorteio?

"O meu e o da minha namorada... Leuri e Diego."

    A lembrança confunde Wally, que cai para trás, preocupando Brendan e May. Havia sido ele a colocar os nomes? Como assim? 

Wally: Argh... — ao ser levantado, manchas roxas surgem abaixo de seus olhos.

Diego: E desde o começo eu acreditei que seria você, a luz da minha escuridão — ele afastou Leuri, e logo voltaram a se encontrar — Você não me deu outra escolha... A não ser amá-la.

   Aproximando os rostos, Leuri hesita, e a luz vermelha se acaba. Todos aplaudem, mas ela olha para o rosto do garoto, assustada. Ficando vermelha, corre pelas escadas do palco, deixando-o lá.

Leuri: Wally, eu sinto muito! — ela desculpou-se com o garoto, e Brendan e May se afastam — Eu não sei como aconteceu, eu só... Não conseguia parar!

Wally: Você não queria parar — ele abriu os olhos, e Leuri notou as olheiras.

Leuri: Wally... Isso não muda nada.

Wally: Não mesmo, Leuri. Não importa, eu confio em você — pareceu ter dificuldades ao falar, e a garota percebeu.

Leuri: Eu vou... pegar algo pra beber, com licença — com uma mão na cabeça, ela caminha pelo salão.

   Enquanto todos continuavam a dançar, sendo observados por Glacia e Sidney, Phoebe aproximava-se de Leuri.

Phoebe: Foi uma bela dança, Leuri — falou, e a menina agradeceu — Eu notei... Algo estranho com você.

Leuri: Que ótimo, percebeu meu desânimo... 

Phoebe: Não é isso. Você se lembra do que falei quando nos encontramos e teve o incidente com a Furfrou? — perguntou, e Leuri fica atenta — Você está amaldiçoada, Leuri. Está mais forte do que antes, eu tinha dúvidas... Mas o mesmo vem do Diego, só que parecem resultados diferentes. Por acaso foi atacada por fantasmas, enfeitiçada por uma bruxa ou abriu algum livro estranho?

Leuri: O livro! — ela exclamou, e Phoebe pareceu confusa — Um casal com o destino fadado ao sofrimento...

"Eu sou destinado a me sentir dessa forma, e estar onde você estiver comigo"

Leuri: O amor impossível... Quando tudo se torna bem para um, o outro cada vez mais cai em ruínas. O livro conta a minha história! A minha, e a do Diego! Isso significa que... — olhando para Wally ao longe, ela lembra-se de Liza ter morrido depois que começou a namorar — A culpa foi mesmo minha...

Phoebe: Do que está falando?!

Leuri: Todas as vezes que algo bom acontece comigo, Phoebe! O efeito é o mesmo para Diego, mas ele sofre com isso! Eu também sofro... A diferença é que consigo esconder, porque continuo tendo avanços, mas tem sempre algo me atormentando. Agora eu entendo, mas preciso fazer algo!

   Correndo na direção de Wally, Leuri retira seus saltos, e Phoebe olha para os dois lados, conferindo se alguém a veria, até que os calça, chegando para trás e perdendo-se entre as pessoas.

   A música é trocada no salão, e Leuri chega até Wally, segurando-se para não chorar.

Wally: Harley bebeu tudo? — perguntou, vendo Leuri voltar de mãos vazias.

Leuri: Não... Wally, nós — ela respirou fundo, e o garoto a fitou — Nós estamos terminando. Eu não posso te explicar o motivo, me desculpa, mas precisamos acabar.

Wally: Quê? Por quê?! — quis saber, mas Leuri não consegue responder — Isso... É por causa do Diego, pode dizer. 

Leuri: Wally...

Wally: Fale de uma vez! É por causa dele! — gritou, e Leuri continuou não falando — Leuri, se você não me falar a razão disso agora, nunca mais vamos nos olhar na cara.

Leuri: Por favor, Wally, é para o seu bem. Afaste-se de mim — fez o pedido mais difícil de sua vida, e só ouviu os passos do garoto, mesmo com a música e o falatório. Wally havia ido embora.

   Na saída do salão, Wally caminhava, com o braço na frente dos olhos, não conseguindo parar de chorar. As olheiras agora estavam pretas, e ele esbarra em alguém.

Diego: A alma de um amaldiçoado... Deve tomar o seu lugar — ele falou, e seus cabelos cobriram os olhos que avermelhavam-se. Suas luvas caem, revelando as veias pretas, e um sorriso se forma no rosto.

    Para dentro do salão, Leuri via Brendan e May dançarem, não conseguindo chorar ou fazer qualquer outra coisa. Frogadier a vê e fica ao seu lado, preocupado, mas a música se encerra, e todos ficam no escuro, pois uma figura cobria a lua, sendo iluminada por trás por apenas feixes brancos.

Leuri: Não pode ser possível...

   Montado em um Gyarados Mega Evoluído, a figura era Lysandre, com partes robóticas por todo o seu corpo, incluindo um visor nos olhos. Estava vestido com um terno, ainda assim, e todas as pessoas do Baile estavam surpresas, mas as que o conheciam sabiam que não era bom sinal.

Lysandre: É um prazer estar de volta — sua voz, grave, soava robotizada — Meu nome é Lysandre e eu anuncio o início do meu reinado por Hoenn. Fiquem comigo ou fiquem contra mim!

Continua...