Capitulo 112: Submersos.

   Na biblioteca de Sea Mauville, Diego havia encontrado um velho homem que não tinha pernas, sentando numa cadeira, supostamente o dono daquele lugar. Agora, ambos conversavam.

 — Malie é o meu nome — disse o velho, que encarava Diego, sem sair do lugar — O acervo dessa biblioteca é todo meu. Vou repetir a pergunta, o que querem aqui?

Diego: Eu não quero nada, só... — começou a dizer, mas o velho o cortou.

 — Querem, querem sim, consigo sentir. O livro que procuram é aquele — o velho apontou para uma prateleira coberta de musgo, mas com um livro brilhoso que Diego ainda não havia notado.

   Como se seu corpo agisse por conta própria, Diego dá passos lentos até a estante. Ele encara o livro, aproximando suas mãos dele.

 — Pegue-o — o velho falou, e Diego colocou suas mãos no livro. Suas asas se materializam nas costas, sem rasgar o casaco ou sua blusa. Eram vermelhas, com veias pretas, como as de Yveltal — Reconhecem?

Diego: E-Eu nunca vi esse livro antes... — disse, tirando o pó do livro.

 — Talvez você não, mas viu —  assustado com a fala do velho, Diego tenta ler o nome do livro, mas não consegue. Ele o abre numa página marcada.

Diego: Huh? — percebendo que chorava, Diego tenta enxugar as lágrimas, mas não paravam de cair. Ele não entendia o que estava acontecendo, mas uma cai em cima de uma fotografia em preto e branco que mostrava o casulo de Yveltal — O amor impossível de um casal fadado ao sofrimento. Elementos opostos... Lados opostos, treva e luz, o equilíbrio. Conceitos e ideais diferentes.

   Lendo o que estava escrito, Diego passava as mãos pela página. Em sua cabeça, memórias antigas pareciam voltar, mas ele não estava presente nelas. 

Diego: Quando tudo se torna bom para um, o outro cada vez mais cai em ruínas. O mau da história é aquele que sempre foi bom. Acorde, a vida e a morte, para que haja um amanhã. O casal que abrir esse livro não poderá fugir desse destino — terminou de ler as páginas, sentindo uma mão em seus ombros.

 — Tem mais — a voz do velho soou na biblioteca — Não se lembra desse livro mesmo?

Diego: Não, eu... Eu me lembro? Eu não me... Eu lembro — falava, confuso. As fotos pareciam mover-se, e ele não conseguia soltar o livro — São minhas... São minhas memórias, nas fotos! São elas! Como isso é possível? O que essas palavras querem me dizer?

 — Querem dizer exatamente o que elas dizem. Esse livro é seu, não percebe? Foi você que o escreveu — disse o velho, sabendo que isso afligia Diego — Você foi selado pelo Y. O seu destino está nas próximas páginas. Quer ver? — ele sussurrou no ouvido do garoto, que tinha os olhos abertos como nunca.

Diego: O quê? — perguntou-se, assim que virou a página. Estava em branco — O que isso quer dizer?

 — Seu destino não existe. Todas as páginas seguintes são branco. Suas memórias estão todas aí, há muitos anos. Não existe depois, acaba assim, sempre vai ser isso — a voz do velho falou novamente, e o menino se ajoelha — Você matou ela.

Diego: Não. Não, não. Não — repetia, voltando as páginas do livro. Yveltal era representando sendo afastado por humanos, que tinham Xerneas ao lado — Como... Yveltal?

Contenha.

"É porque... Eu acho que também sente o mesmo."

    No corredor onde Jack e Matt haviam combatido, o chão afundou e o teto desabou, iniciando uma inundação. Jack havia desaparecido abaixo dos escombros, sendo a última coisa que fez foi ter sorrido para Serena.

Quando nos conhecemos, Leuri e eu só tínhamos uma a outra. Eu já sabia o meu objetivo, mas ela precisou descobrir, então estive na frente dela em experiência. 

Em pouco tempo, Leuri fez amigos novos e eu continuei a viajar sozinha. Não decidimos isso, mas foi o que aconteceu.

Por muito tempo, o sorriso dela era o mesmo que o meu. Me acomodei, e então...

Não demorou muito. Num piscar de olhos, ela me passou a frente e precisei me reencontrar. Tornar-se uma líder de ginásio de fogo, ter minhas próprias alegrias... São os meus novos objetivos ardentes.

Foi então que Ele cruzou o meu caminho e tudo ficou mais divertido. Eu também pude fazer uma nova amizade. Ao invés de querer me sentir a Leuri, eu me senti a Serena, eu mesma. E agora...

Serena: Jack! — gritava, chorando. Estava ajoelhada, e a água já cobria suas pernas e cotovelos. Leuri e Steve pararam de correr ao notar o que havia acontecido, o que provoca o mesmo em Matt.

Leuri: Jack... Não acredito — disse, ajoelhando-se ao lado de Serena, a abraçando por trás.

Steve: Pobre garoto — retirando seu chapéu, Steve abaixa a cabeça.

Matt: Precisamos continuar, ou vamos acabar como ele — falou, o que faz Serena se erguer, com os punhos cerrados.

Serena: Não pode acabar assim — falou, enxugando o rosto e retirando uma Pokeball do bolso de sua saia — Delphox, Psychic!

~Phox...

    Deixando sua Pokeball, Delphox, entendendo a situação, entristece-se, mas a luz de seu graveto a impede de ficar parada. Seus pelos se arrepiam e ela ergue a varinha, expandindo seu poder psíquico pelo local, impedindo que a água continuasse a entrar.

Serena: Por favor, me ajudem — pediu, olhando para Leuri e os outros — Ninetales, retire os escombros!

   Arremessando uma Pokeball, Serena libera sua Ninetales, que passa a usar suas patas para jogar pedaços de madeira para longe. Serena se coloca a fazer o mesmo, comovendo Leuri, que enxuga o rosto.

Leuri: Frogadier, vamos ajudar também!

Steve: Tang e eu também!

   Liberando seus Pokemon, Leuri e Steve correm para ajudar. Dedenne, com um mini capacete amarelo, salta da bolsa de Leuri e também se dispõe a ajudar.

Leuri: Vamos te achar, Jack! — falava, lacrimejando. Sem perceber, Fairy Aura era liberada de seu corpo, sendo absorvida pelos escombros.

Serena: Jack, por favor — pensava, já com as mãos machucadas por tanto mexer em desespero nos escombros, até que afasta uma tábua quebrada, encontrando parte da concha de Samurott — É a concha! Me ajudem aqui!

~Tangela!!

   Prolongando suas vinhas, Tang agarra a concha de Samurott, a puxando com força. Steve, percebendo que Jack e seu Pokemon poderiam se machucar mais caso fossem retirados de qualquer jeito, pega outra Pokeball.

Steve: Vamos lá, Gifa! — exclamou, liberando uma Girafarig, que relincha ao tocar o chão semi-inundado — Use Psybeam!

~Girraaa!!

    As antenas de Girafarig brilham em rosa, disparando feixes contra os escombros. Tangela usa suas vinhas para golpeá-los, fazendo-os tomarem várias direções e assim liberar o acesso à concha de Samurott. Tratava-se de uma combinação.

    Encostando na enorme concha de Samurott, Serena percebe que ela tremia. Em alguns instantes, o Pokemon a guarda, levantando-se surpreso.

~Samuroo!!

   Virando-se de lado, Samurott revela Jack em seu braço esquerdo, deitado na outra concha e desacordado. Samurott havia protegido os corpos dos dois, usando suas conchas.

Serena: Jack... Eu sabia! — com lágrimas de alegria, ela abraça Samurott e Jack ao mesmo tempo, mas o garoto ainda não havia acordado.

Leuri: Ufa — suspirou, levando uma mão até o coração. Frogadier, com Dedenne no colo, se junta com a garota, a confortando. Tang e Gifa faziam o mesmo com Steve.

Serena: Eu não vou desistir de você — disse para o garoto, sabendo que ele não poderia escutá-la — Continue comigo, por favor.

Matt: Seus Pokemon podem impedir que as coisas continuem desabando — falou, ignorando o resgate de Jack — Façam isso!

Serena: Delphox, continue mantendo — pediu, vendo a raposa esforçar-se para impedir que a água continuasse a entrar. 

Leuri: Frogadier, use a espuma para tapar o buraco do chão e o do teto! — comandou, e logo seu Pokemon obedece.

Steve: Agora é hora de sairmos — disse, e todos concordam, retornando seus Pokemon. Samurott carregava Jack nas costas, com Serena exibindo um largo sorriso no rosto.

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Flannery: Lavaridge era uma cidade pequena e sem nada atrativo, mas agora construíram um ginásio aqui — disse, rindo pelas suas situações serem parecidas com as de Serena — Você precisa parar de encarar isso como um sonho e passar a ver como um objetivo, uma meta. Faça seu sonho realidade, nada irá impedi-la disso!

    Ouvindo as palavras de Flannery, Serena retira a Pokeball de Delphox de sua bolsa, a encarando. Balançando a cabeça, ela a ergue na direção do sol que nascia, determinada a realizar seu objetivo.

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Serena: Eu passei todo esse tempo procurando por uma resposta — pensou, olhando na direção de Leuri — Voe comigo — agora, olhando para Jack, ela suspira.

   Enquanto isso, do outro lado das entradas do Sea Mauville, Brendan e Kátia procuravam por Jack, sem saber que já haviam encontrado.

Brendan: JACK! — gritava, mas sem resposta — Droga... Eu nunca fui com a cara daquele doido, acredita que ele já invadiu minha barraca enquanto eu dormia?

Kátia: Ah!, aquela loirinha parece gostar muito dele — disse, percebendo Brendan ficar em silêncio — Ele tem algum lado bom, com certeza. Todos temos.

Brendan: Eu costumava pensar assim — riu, continuando a andar, mas agora olhando pro chão.

Kátia: Por que parou? — perguntou, sorrindo.

Brendan: Acho que conheci pessoas que não tem um lado bom — disse, segurando em seu braço direito, amuado — E também o meu lado ruim...

Kátia: Não tenha medo do seu lado ruim, precisa encará-lo! Assim, pode mudá-lo também — aconselhou, fazendo o garoto sorrir — Hey! É o Jack!

Brendan: Heh?! Aonde? — perguntou, olhando na direção que Kátia apontou, onde sombras aumentavam de tamanho conforme o barulho de passos era escutado.

Harley: Ela tá toda arrepiada, parece que tá pelada, toda divazinha com sua bolsinha — cantarolava, com Rolycoly deslizando ao seu redor.

Carbink: Brendan!! — exclamou, notando o garoto junto de Kátia, saltitando na direção dele — Ainda bem que você apareceu! Eu não aguentava mais o Harley cantando as músicas da Pablo Sootopolis!

Brendan: Bom ver vocês também — riu, abraçando Carbink e logo o soltando. Kátia se junta a ele, deixando Harley envergonhado por cantar.

Kátia: Vocês encontraram o Jack? — perguntou, mas o grupo de Carbink nega.

Carbink: Nem sinal daquele humano, mas encontramos coisas legais — disse, virando-se para Harley.

Harley: S-Sim — um tanto nervoso, Harley retira uma carta com o papel já amarelado pelo tempo — Parece que Wattson recebia muitas cantadas, mas nem abria as cartinhas, pegamos todas pra imitar as vozes!

Carbink: Ai, Wattson, meu coração pertence a você e esse seu cavanhaque estiloso — interpretava a carta, fazendo uma voz mais fina.

~Roly, rolycoly!

Carbink: Estou apaixonado por você, mas preciso contá-lo que... — percebendo o que estava escrito, Carbink fica mais sério — O Presidente Stone está usando da Infinity Energy para algum projeto insano, Sea Mauville, New Mauville, o prédio da Devon Corporation... São todos formas de conseguir essa energia. Ele não vai parar, eu estou correndo riscos, mas você pode ajudá-los. Com amor, Capitão Malie.

Brendan: Heeeh?! As cartas falam do Mr.Stone?!

Kátia: Esse Capitão Malie tentou avisar sobre, mas aparentemente Wattson nunca leu suas cartas. Por que elas estão aqui? — questionou, pegando algumas cartas de Harley, que as entrega sem olhá-la nos olhos.

Harley: O carteiro errou o destino? — sugeriu, pensando em seguida que não soou engraçado.

Carbink: Ou não errou, ao invés delas serem enviadas para o Wattson, podem ter vindo parar aqui — disse, vendo Kátia levar as mãos até a boca.

Brendan: Aonde conseguiram essas cartas? Podemos achar mais coisas!

Harley: Venham comigo, man... gente — consertou, o que Brendan percebe.

Brendan: Ah!, sim, Harley! Essa é a Kátia, ela é uma amiga nossa, pretende entrar na Liga Pokemon — explicou, vendo Harley ficar vermelho.

Kátia: Eu já tinha prestado atenção em você, Harley! Parece alguém divertido — disse, estendendo a mão para Harley, que tremia.

Carbink: Você vai parir? — perguntou, olhando para Harley.

Harley: Amado?

Brendan: Carbink, onde você ouviu essa palavra? — perguntou, confuso com Carbink.

Carbink: Tem uma carta falando sobre isso — disse, apontando com as orelhas para um papel em cima de Rolycoly — Tá escrito que dói, e o Harley tá tremendo.

Harley: Eu não vou parir! — protestou, vendo Carbink rir — Eu só...Estou nervoso, não quero que ela me odeie.

Kátia: Quem? — perguntou, inclinando um pouco a cabeça para a direita. Harley faz bico, mantendo silêncio por alguns segundos até perceber que ela não sabia.

Harley: Você, né, querida? Acha que tô preocupado com manter a bunda empinada perto de Rolycoly? — perguntou, até que percebe que se exaltou, ficando envergonhado — Desculpa!!

Kátia: Você é mesmo divertido — ria, segurando a barriga — Odiar é uma palavra muito forte, um sentimento que prefiro não despertar em mim! E eu gosto de você, não se preocupe.

Harley: Gosta de mim? — perguntou, olhando para ela. Brendan iria falar algo, mas prefere se sentar ao lado de Carbink e Rolycoly, que o oferecem pipoca.

Kátia: Claro! Eu saí de casa para fazer amigos, junto com meu Pachirisu. É o nosso objetivo, acima de tudo! — exclamou, com os olhos brilhando.

Harley: Nessa idade vocês não ficam em grupo de joguinho do Pokebook? — perguntou, vendo Kátia rir mais, o que o deixa confortável — Por que não fez amigos antes?

Kátia: Meu marido e meu filho não me deixavam fazer nada — disse, olhando para seu cachecol — Eles queriam controlar meus sentimentos e minha forma de agir, mas eu não queria vê-los tristes. Pachirisu me convenceu a sair e lutar por mim mesma, sempre otimista! Ainda assim, eu uso esse cachecol... Foram eles que me deram, ainda são parte da minha vida e não posso deixá-los para trás.

Harley: Entendi — disse, achando interessante — Mas como pode gostar de mim se mal me conhece? Eu não quero decidir nada, podemos construir uma amizade...

Kátia: Me expressei mal, desculpe... — pediu, curvando-se — Eu gosto da ideia de gostar de você. Esse é meu modo de pensar sobre as pessoas!

Harley: Adorei, achei conceito! Essa é a hora que a gente se abraça e troca número de celular, né? — perguntou, recebendo um abraço de Kátia, que ainda ria.

    Feliz por não ter falado nada e deixado Harley e Kátia chegarem em suas conclusões, Brendan sorria, até que seus pensamentos felizes sobre seu desenvolvimento são cortados pela risada de Carbink.

Carbink: Agora que já acabaram, vamos continuar? — perguntou, e Harley e Kátia concordam.

   Em alguns minutos, o grupo estava numa sala que só podia ser acessada se saltassem um buraco no chão. Lá, uma grande bancada de metal tinha papéis antigos, alguns objetos de decoração e porta retratos.

Kátia: Hmm? — vendo uma foto de alguns homens, Kátia tentava ler os nomes, mas estava muito desgastada pelo tempo e já não era possível. Um deles parecia muito com Stone, e outro com Wattson — Provavelmente são os fundadores do projeto...

~Roly?

   Percebendo uma movimentação estranha na sala, Rolycoly tenta chamar Carbink, que estava ocupado procurando informações.

    Saltando das sombras para cima de Rolycoly, um Pokemon em forma de estrela abre seus braços, agarrando-se ao corpo da pedra e pressionando seu espinho contra ele.

Carbink: Solta ele! — gritou, percebendo o que estava acontecendo.

   Correndo até o Pokemon, Brendan usa um pedaço de madeira para bater nele, o fazendo soltar Rolycoly, que desliza para perto de Carbink.

Harley: Aquilo é um Toxapex! — exclamou, apontando para o Pokemon, que golpeia Brendan na barriga com um de seus espinhos.

Brendan: Argh... — ajoelhando-se, Brendan sentia muita dor para se levantar.

~Tox!

   Grudando-se no teto, Toxapex abre seu corpo, girando e disparando espinhos com a ponta banhada em veneno na direção de Brendan, que pega uma Pokeball do bolso e libera Mudz, o comandando Hydro Pump.

~Swaaampert!

   Cuspindo uma concentração intensa de água contra os espinhos, Mudz os neutraliza, bloqueando a visão de Toxapex.

Brendan: Focus Punch! — gritou, segurando sua barriga.

    Surgindo na frente de Toxapex, Mudz a pega de surpresa, socando seu rosto e a derrubando no chão. Kátia e Harley haviam liberado Dragonair e Sirigueijo para ajudar Brendan.

Kátia: Iron Tail, Dragonair!

Harley: Sirigueijo, use Crabhammer, seu lindo!!

    Após os comandos de seus Treinadores, Dragonair e Sirigueijo saltam para atacar Toxapex. O dragão tinha a cauda endurecida e o caranguejo formava uma esfera de água em sua frente, enfiando o braço dentro dela e absorvendo suas propriedades.

    Prolongando seus espinhos com veneno, Toxapex cria uma barreira de proteção que envenena Dragonair e Sirigueijo assim que eles desferem seus movimentos nela.

Harley: Venenosa!! — irritado, ele bate os pés no chão.

Kátia: Ela é durona...!

   Emitindo um som agudo, Toxapex chama por ajuda. O buraco do chão tem seu tamanho aumentado após dois Pokemon saltarem de dentro dele, já atacando com suas auras.

Brendan: Aaaah!! Tentacruel e Frillish!

Carbink: Rolycoly, precisamos do Protect! — gritou, cabeceando Rolycoly para o alto, onde ele forma um grande escudo em sua frente.

~Roly!!

    O escudo de Rolycoly neutraliza as ondas de Tentacruel e Frillish, que saltam para o lado de Toxapex.

    Duas vinhas agarram-se ao corpo de Brendan, que leva um susto. Elas saíam do buraco e pertenciam a um Tentacool, que o puxava para a água.

Carbink: Brendan!! — gritou, tentando saltitar na direção do garoto, mas Frillish se posiciona em sua frente.

Brendan: Mudz! Socorro! — pediu, tentando agarrar nas mãos de Mudz, que tem o pescoço envolto pelos tentáculos de Tentacruel, gritando de dor.

   Sem conseguir fazer nada, Brendan é arrastado para dentro da água e empurrado por Tentacool na direção do fundo. Ele prende a respiração, desesperado.

    Afundando, Brendan tentava voltar para a plataforma, mas Tentacool não o deixaria. Ele não via alguma alternativa que o ajudasse e sabia que logo perderia todo o ar.

    Os Pokemon peixes que nadavam não faziam ideia do que aconteceria, apenas seguiriam suas vidas. Não queria morrer, só também não dava para ser positivo. As palavras de Kátia minutos antes voltam em sua mente e então ele tenta subir de novo, mas é acertado pelos tentáculos de Tentacool, sendo lançado mais fundo.

    Conseguindo mergulhar, Mudz procura por Brendan, em desespero. O menino agora chegava ao fundo, notando uma fonte de luz.

    Caindo numa enorme rocha, Brendan já não tinha mais esperanças, até que ele abre os olhos, percebendo que ela iluminava o mar. Suas cores criavam um show atrativo para os Pokemon que nadavam, realmente inspirador e encantador, quando nota não ser só isso. A enorme pedra também era uma Mega Stone, finalmente reconheceu o símbolo dela.

~SWAAMPERT!!

   Encontrando Brendan já a fechar os olhos, Mudz firma seus pés na pedra, agarrando o corpo dele. Um grande símbolo de delta se forma, ligando Treinador e seu Pokemon. O garoto desperta, sentindo que conseguia respirar, de algum jeito.

~Tentraah!

   Irritado com Mudz, o Tentacool regressa, disparando ácido contra ele e o fazendo soltar Brendan. O menino volta a afundar, mas seu Pokemon logo soca a água viva.

    Conseguindo ver Mudz, Brendan se choca com a forma que ele havia atingido. Estava mais musculoso e nadando muito rápido. Sentia o mesmo que ele, encarando a grande Mega Stone do fundo do mar, a agradecendo mentalmente e se impulsionando contra o Pokemon.

~SWAAAM!

   Abraçando Brendan, Mudz derrama lágrimas que se perdiam na água. O menino era sufocado pelos músculos dele, mas questionava-se como se mantinha respirando.

Brendan: É como se... Mudz e eu pudéssemos unir nossas vidas, nos tornamos um só — pensava, admirando a nova forma de Mudz — Isso é a Mega Evolução?

   Voltando a carregar Brendan, Mudz nada para a plataforma, onde os outros ainda lutavam. Emocionado, o garoto enxuga uma lágrima.

"Meu pequeno Mudz..."

Brendan: Conseguimos — falou.

    Passando pelo buraco, Mudz e Brendan retornam. Harley, Kátia e Carbink correm na direção dele, com os dois humanos o abraçando e Carbink ficando no meio.

Harley: Brendanzinho! — dando vários beijos no rosto do garoto, Harley tinha rios de lágrimas correndo por suas bochechas.

Kátia: Nós ficamos muito preocupados!! — pressionando a cabeça de Brendan contra seu peito, ela acariciava a cabeça dele freneticamente, o fazendo rir.

Carbink: Brendan, a água é perigosa, eu sempre te disse isso! Não entre nela de novo!

Brendan: Eu estou bem, graças ao Mudz — disse, olhando para Mudz. Todos percebem a mudança em sua forma — Conseguimos a Mega Evolução!

~Pex!!

    Não tendo desistido, Toxapex bate seus braços no chão, liberando veneno e o espirrando para todos os lados. Dragonair e Sirigueijo, já envenenados, se esforçam para desviar.

Brendan: Use Focus Punch! — gritou, apontando para Toxapex.

~SWAM!

   Socando Toxapex, Mudz a afunda no chão, que quase cede. Todo o local balança e os Pokemon de água trocam olhares, assustados.

Harley: Sentiram o impacto, não é? Sirigueijo, use Dark Pulse para um pouco de diversão!

~Crawdaunt!!

   Abrindo suas pinças, Sirigueijo dispara pulsos sombrios que rastejam pelo chão até debaixo de Tentacruel e Frillish, os erguendo e prendendo-os nas sombras.

Kátia: Dragonair, Ice Beam!

~Dragoooo!!

    O chifre de Dragonair se ilumina e ele dispara um raio contra as sombras, congelando Tentacruel e Frillish dentro delas.

Carbink: Use Rock Blast, Rolycoly! — comandou, saltitando.

   Levitando, Rolycoly desprende pedras de seu corpo, as disparando em sequência contra os Pokemon congelados, partindo o gelo e os arremessando no chão.

~Toxa?!

   Percebendo seus aliados caídos, Toxapex se vê encurralada pelos outros Pokemon. Ela forma um novo escudo venenoso, já esperando ser atacada.

Kátia: Não deixe o Mudz atacá-la, ou vai ficar envenenado também! — gritou para Brendan, que concorda — Eu tenho uma ideia melhor! Dragonair, use Ice Beam e gire!

~Dragooo!

   O golpe de Dragonair congela todo o escudo de Toxapex, a deixando presa e assustada. Com a cauda endurecida, o dragão quebra todo o gelo e a atinge, derrubando-a de cabeça no chão.

Kátia: Pokeball, vai! — gritou novamente, girando o braço e arremessando a capsula em Toxapex, que é capturada após alguns giros — Estou ansiosa para conhecê-la!

    Indignados, Tentacruel e Frillish se erguem, disparando movimentos de água contra os humanos, que são protegidos pelo escudo de Rolycoly.

Brendan: Harley, está afim? — perguntou, olhando pra Harley, que confirma — Mudz, Muddy Water!

Harley: Sirigueijo, use Dark Pulse!

    Criando braços musculosos de lama abaixo de si, Mudz é erguido por eles. Ele clama pela água do mar, que passa pelo buraco e se une com seu movimento, formando uma onda. Para impulsioná-lo, Sirigueijo comanda suas sombras, o empurrando até Tentacruel e Frillish, que se abraçam com medo. Ambos são atingidos e caem sem mais forças.

Brendan: Eu conheci seu lado ruim, Tentacruel — disse, erguendo uma Pokeball — Mas todos temos um, não? Eu também quero conhecê-lo de verdade, vamos melhorar juntos!!

   Seguindo o pensamento de Kátia, Brendan arremessa a Pokeball em Tentacruel, que é sugado para dentro dela.

Harley: Digo o mesmo, Brendanzinho! Seremos rainhas, Frillish, se você quiser! — exclamou, arremessando a Pokeball no Pokemon e depois se perguntando se foi contraditório.

   As duas Pokeballs cessam seus giros, completando as capturas. Brendan e Harley as pegam, rindo um para o outro. Tentacool, que tinha a cabeça para fora do buraco, despedia-se de seus amigos, derramando uma lágrima.

Carbink: Quer vir também? — perguntou, olhando pra Tentacool, que cospe tinta na cara dele e volta para o mar — E eu ainda fui tentar ajudar!!

~Swaamp!

   Regressando para sua forma normal, Mudz entrega uma pedra para Brendan, que sabia do que se tratava. 

Brendan: Temos a nossa própria Mega Stone, Mudz! — exclamou, erguendo a pedra e rindo com seu Pokemon.

Kátia: É uma pena que isso fez a sala toda ser encharcada... Não temos como recuperar mais nada daqui — lamentou, deixando todos amuados — Vamos voltar pelo caminho que fizemos, talvez já tenham encontrado o Jack.

Harley: Mas vamos curar Sirigueijo e Dragonair primeiro! — falou, piscando e erguendo dois antídotos que Brendan não sabia de onde saíram.

    De volta a parte aberta do Sea Mauville, o grupo de Brendan fica feliz por ver a luz do sol novamente. Leuri, acompanhada por Matt e os outros, podia ser vista conversando.

Carbink: Acharam o Jack! — exclamou, saltitando para perto deles, até que percebe Jack desacordado nas costas de Samurott — Ele morreu?

Serena: Olha... Ele está vivo, mas precisa descansar. Não sei como sobreviveu também, o andar de cima desabou nele — explicou, vendo Carbink se arrepiar.

Tabitha: Já estão todos aqui? — perguntou, enquanto mastigava uma bolacha.

Leuri: Ainda falta o...

Diego: Tô aqui — falou, interrompendo Leuri, que se vira de costas e o vê caminhando com as mãos nos bolsos do casaco — Fui tirar água do joelho, não sumi não.

Leuri: Então estamos todos!

Matt: Vou levar vocês pra Sootopolis com o navio — falou, engrossando mais sua voz e de braços cruzados — Não falem pra polícia que nós tamos aqui, beleza? Não tamos fazendo mal pra vocês!

Leuri: Fica tranquilo, bro — disse, tentando imitar Matt, percebendo que falhou e fingindo que nada aconteceu — Eu te prometo, vamos achar um jeito de curar Archie e os outros!

Matt: Não pode prometer algo que não tem certeza — concluiu, caminhando na direção da saída de Sea Mauville, para preparar o navio.

Brendan: Ehr... Nós temos novidades também, vamos contar durante a viagem — falou, apreensivo com Matt.

   Algum tempo depois, enquanto todos se atualizavam sobre o que descobriram, Diego encarava a água, pensando no que aconteceu nos seus últimos minutos na biblioteca.

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 — Você é o culpado, tudo de ruim acontece por isso — continuava a repetir no ouvido do garoto, que percebe estar se sentindo mais fraco.

Diego: Você está absorvendo minha energia! — gritou, empurrando o velho, que cai no chão rindo — Não pode ser o Malie, ele já deve ter morrido há muito tempo e com certeza não estaria aqui! Me diga, quem é você?!

   O corpo do velho se desfaz, restando apenas uma pedra. Diego a encara e dela um espírito se ergue, sem conseguir soltá-la.

 — Eu sou Spiritomb! Aceite seu destino fadado, você terá os prestígios pelo caos que virá — o espírito falou, avançando na direção do garoto.

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Diego: Nada do que você me falou é verdade — falou, retirando uma Dusk Ball do bolso de seu casaco e a encarando. Spiritomb podia ser visto dentro dela — Nós já cansamos.

Continua

Encarando uma foto sua com Archie, Matt suspira, continuando a conduzir o navio.