Capitulo 106: Abrindo asas.

    O ambiente era composto por nada. Sim, nem escuro, nem claro, apenas nada. Como era possível? Onde estava? Todas as perguntas passavam pela cabeça de Leuri, mesmo que ela não pudesse sentir seu corpo. Conseguia ouvir um som similar aos batimentos de corações muito acelerados, o que imaginava tratar-se dela e de Luxray.

   O fundo torna-se preto e Leuri sente seus pés encostando numa superfície, conseguindo enxergar algo. Luz, puramente, formando um desenho semelhante ao lendário Zapdos, a Ave dos Raios, na escuridão.

Leuri: Eu não consigo dizer nada — pensou, sentindo seus lábios colados. A luz que formava Zapdos voa ao redor dela, iluminando seu corpo. Ela nota Luxray, quase ao seu lado.

    Conforme o nada tornava-se algo e a escuridão era iluminada, Leuri descobria mais detalhes. Estava de pé, na extremidade esquerda de um círculo com o sinal de positivo, uma grande cruz. Já Luxray estava na extremidade direita de um círculo com um grande traço, o sinal de negativo.

    Zapdos ilumina todo o local, revelando diversos símbolos de positivo e negativo aglomerados. Leuri então nota que a superfície que pisava havia se transformado numa nuvem e agora estava ajoelhada. O mesmo havia acontecido com Luxray.

Leuri: É como se eu estivesse no interior de uma nuvem — pensou.

   Zapdos deixa suas asas abertas num ângulo raso, ou seja, em 180°. As cargas positivas e negativas passam a se separarem e o mesmo acontece com Leuri e Luxray, que não conseguiam falar nada, mas estavam assustados. Correntes elétricas formam-se, transformando-se em raios em ziguezague por todo o local. A ave encara Leuri e seu Pokemon, que voltavam a se unirem.

Leuri: Zapdos nos mostrou a formação de raios... Como o nascimento deles — pensava, olhando para Luxray, que parecia sentir o mesmo que ela — Ele quer que sejamos capazes de dar a luz aos nossos próprios.

   Concordando com a cabeça, Luxray e Leuri fecham os olhos ao mesmo tempo. Ambos sentem-se acelerados e todas as cargas positivas e negativas se acendem. Zapdos os encarava, um tanto orgulhoso.

Leuri: Luxray! — foi o que conseguiu dizer, assim que tudo normalizou-se. Estava diante de Zapdos, na Reflection Cave, e a ave havia mesclado o corpo de Luxray com seus raios, o tornando puramente luz sem forma.

Brendan: O Luxray!!! — gritou, levando as mãos até a boca. Tinha Swampert, seu Mudz, ao lado.

Mable: Zapdos o matou? — perguntou, apavorada.

Khoury: Creio que não... Parece que estão se conectando.

Wattson: Zapdos está o abençoando — falou, sério, encarando a cena. Winona, que cuidava da asa de sua Altaria, também fazia o mesmo, assim como Articuno, Moltres e suas versões reversas.

    De alguma forma, dentro da caverna, um raio cai sobre o corpo de Zapdos, que fecha os olhos e passa a absorvê-lo. Na luz, o corpo de Luxray ganha forma e ele salta para perto de Leuri, com sua Thunder Form ativa, e esta o abraça, agora não recebendo nenhum choque.

Leuri: Nosso próprio raio, Luxray — disse, emocionada — Conseguimos! Me sinto bem agora!

~Zwaa!

   Aproximando-se de Leuri, Zapdos a deixa encostar em sua cabeça, a fazendo rir. As aves reversas se irritam, voltando a combater, até que a garota se levanta, caminhando entre elas, sozinha.

Winona: O que vai fazer, Leuri? Perdeu a noção? — perguntou em tom de desespero, mas Leuri estava determinada a fazer o que pensou.

Leuri: Eu vou resolver isso! Não me sigam, vai ficar tudo bem! — gritou, lançando-se num espelho e sendo puxada para dentro dele, sendo o rugido de Luxray a última coisa que escutou.

Leuri Y: Você está de volta — disse, olhando nos olhos de Leuri, que a encara, séria — Sentiu saudades e quis me visitar, foi?

Leuri: Seu disfarce pode ter funcionado na primeira vez que vim aqui e até na segunda, mas quando eu sei quem está por trás disso, não tem mais como me enganar — falou, desafiando sua versão do Mundo do Espelho, ou melhor, o sonho de Yveltal.

Leuri Y: Você é sempre tão sem graça, com sua Fairy Aura tão evidente — debochou, dando ênfase sempre que dizia "tão" — Mas pelo seu histórico desde a última visita, acha mesmo que não consigo fazê-la acreditar no que quero?

Leuri: O que está dizendo, Yveltal? — perguntou, vendo a expressão no rosto de sua versão daquela realidade se fechar, como se estivesse ofendida por ter sido chamada assim.

Leuri Y: Seu amigo, Diego, a fez acreditar que estava tudo bem com ele durante meses... A pedra que não para de falar lutou tanto para ser reconhecida e seu outro amiguinho Draconid se esforçou muito para que pudesse ser próximo de você, mas o que tem feito por eles? Nunca viu problemas em nenhum, por pior que estivessem se sentindo, te fizeram acreditar no contrário até explodirem.

    Leuri Y manipulava Dark Aura, formando espelhos com elas onde passavam cenas dos amigos de Leuri, que as observava quieta. Sabia que tinha falhado com eles.

Leuri Y: Sem contar que, vamos ver... Enfrentou fantasmas da Elite, foi pega numa eboscada em Kalos, não compreendeu os sentimentos do namorado e da Pokemon nova, foi presa num sonho onde acreditou que estava vivendo uma vida real — dizia, contando nos dedos e sorrindo. Seus dentes eram afiados e sua cara desfigurava-se algumas vezes, logo voltando ao normal — Lhe pergunto novamente, acha que não pode ser enganada por mim?

Leuri: Está certo... — disse, olhando para o chão.

Leuri Y: Eu posso presenteá-la com tudo que quiser — falou, aproximando-se de Leuri e encostando em seus ombros com as duas mãos — Quer seus Pokemon de volta?

   Dark Aura acumula-se perto de Leuri, que arregala os olhos. Spopiler, Zoe, Bel e Cookie Cat, seus Pokemon do sonho, materializam-se, com lágrimas nos olhos. A menina os observa, levando uma mão até o peito e sentindo sua cabeça doer.

Leuri Y: Ou posso trazer pessoas de volta para sua vida — disse, o que faz Leuri lembrar de seu pai, agarrando o braço de sua versão do espelho, que a olha espantada — O que está fazendo?

Leuri: Eu disse que está certo, Yveltal, eu errei com Brendan, Diego e Carbink, mas estou amadurecendo sempre com tudo isso. Você não pode mesmo me enganar — concluiu, abrindo um sorriso confiante.

   Leuri sente o braço de sua versão do espelho desaparecer e quase perde o equilíbrio de seu corpo. A garota espelhada dava passos para trás, se desfigurando e tornando-se sombras.

Leuri: Eu já encarei você antes, não estou assustada. Se você soubesse o que eu passei, entenderia — disse, em voz alta.

"Se eu soubesse o que você passou? Não pode entrar aqui e me falar isso. Saia agora!"

    A voz de Yveltal soou por toda a dimensão espelhada. Do chão, cópias feitas pelo lendário surgiam, versões dos Pokemon de Leuri de cores diferentes.

Leuri: Você os manteve aqui desde a última vez?! — questionou, incrédula ao observar os clones que Yveltal havia feito quando ela o enfrentou naquele lugar — Yveltal... Da mesma forma como não compreendi Diego, acho que é o mesmo caso com você.

   Sentindo o local tremer, Leuri se esforça para não cair. Dark Aura passa a se concentrar em diversos pontos da realidade e todos formam uma grande fenda, onde mais Pokemon vinham.

   Tratavam-se dos Pokemon de Leuri que estavam no laboratório de Sycamore, além dos novos que ela capturou desde sua última visita, também em cores diferentes. Em destaque, um Incineroar com listras brancas liderava o grupo, rugindo.

Leuri: Yveltal, você está se escondendo, usando todos esses Pokemon para encobri-lo! — gritou, sem saber para onde olhava — Me deixe falar contigo!

   Saltando para cima de Leuri, o Greninja preto tenta cravar uma shuriken nela, mas ela rola para a direita, assustada. Não teria fôlego para continuar se esquivando.

Leuri: Continua criando clones reversos para ter companhia aqui, não é? Você é um Pokemon solitário — gritou, correndo na direção dos Pokemon reversos e passando por todos os ataques, de olhos abertos — YVELTAL!!!

   Após gritar, Leuri salta para o limite daquele mundo, sentindo uma enorme pressão e seus ouvidos doerem. 

   Assim que abre os olhos e recupera os sentidos, Leuri se vê diante de Yveltal, engolindo seco. A presença do Pokemon era extremamente poderosa e ela podia ver a Dark Aura que o rodeava. Lembrava-se das outras vezes que o encontrou e isso a amedrontava, mas também motivava a fazer o que tinha em mente.

Yveltal: O que você quer comigo? — perguntou, por telepatia. Leuri junta as mãos e fecha os olhos, o escutando. Sua Fairy Aura estava ativa, e ela era ciente disso.

Leuri: Você está abalado, eu sei disso, já tentou me dizer — disse, sorrindo para o Pokemon, que expande sua Dark Aura que passa a ser combatida pela Fairy Aura — Você não pode me expulsar agora! Pare de recusar ajuda!

Yveltal: Não pode me ajudar e nem preciso dessa idiotice. Você é uma humana desprezível, sua existência me enoja, eu adoraria finalizá-la, mas Xerneas a protege tanto — falou por telepatia. Leuri sabia que sua proteção era a Fairy Aura.

Leuri: Você está numa situação como a de Diego, eu sei disso! Libere sua raiva o quanto quiser, ela pode te aliviar agora, mas não está resolvendo nada, precisa fazer por si mesmo — tentou motivar Yveltal, que pousa, ainda envolto por Fairy Aura.

~Froga!

~Mwaaaor!

   Frogadier e Lily deixam suas Pokeballs e saltam para o lado de Leuri, preocupados com ela, que os abraça. Yveltal abaixa a cabeça, o que a garota percebe.

Leuri: Por que criou aquelas versões de Articuno, Zapdos e Moltres? — perguntou, sentando-se diante de Yveltal. Percebendo que ele não iria responder, ela decide provocá-lo — O mesmo motivo de ter mantido os outros clones, não é?

Yveltal: Eu não te suporto — fez sua voz soar na cabeça de Leuri — Você ama seus Pokemon pelo que eles são, assim como todos os outros humanos. Eu também gostaria de me sentir querido, admirado, mas é impossível, sou o responsável pela morte. Ninguém me vê de uma maneira boa, é impossível para seres tão gananciosos e egoístas.

Leuri: É bom que tenha admitido isso, Yveltal. Você já sofreu muito, né? — perguntou, fazendo Yveltal se dar conta de que sua Dark Aura havia reduzido ao seu redor.

Yveltal: Vá embora daqui, agora!!!

   O som da voz de Yveltal soou pela dimensão de seu sonho, fazendo todo o local tremer. Um grande espelho surge perto de Leuri, que vê seus amigos através dele.

Leuri: Yveltal, você não precisa fugir de nada disso! — gritou para Yveltal, que se ergue envolto por sua Dark Aura. Seus olhos cegos brilham no tom vermelho e ele passa a concentrar sombras numa grande esfera.

   Nesse momento, as aves reversas criadas por Yveltal adentram o espelho, passando por Leuri. Frogadier e Lily voltam para o mundo real e ela decide segui-los, mas antes vira-se para o lendário, o olhando apreensivo.

Leuri: Eu peço desculpas, não desista de si — sorriu, saltando para o espelho em seguida.

   Movendo suas asas e preparando-se para voar até Leuri, Yveltal hesita, vendo o espelho fechar-se para o mundo exterior, refletindo apenas seu rosto, o que o deixa irritado por se ver. Já Leuri saltava para a caverna, firmando seus pés no chão e logo sendo lambida por Luxray.

Brendan: Leuri! — gritou, correndo até a garota e a abraçando com força — Eu estava tão preocupado! As aves continuaram se enfrentando, mas acabaram de entrar no espelho!

Mable: O que você foi fazer lá dentro, garota? — perguntou. Nem acreditava que havia se preocupado com Leuri, mas estava emocionada de vê-la de volta.

Leuri: Gente, eu... — sem conseguir terminar de falar, Leuri apenas sorri e passa a rir, correspondendo o abraço de Brendan e logo o deixando para falar com seus Pokemon.

Khoury: Está tão feliz pelas aves reversas terem ido embora? — perguntou, aproximando-se de Leuri, que continua sorrindo.

Leuri: Khoury, eu quero ser uma grande Treinadora Pokemon, aprimorar sempre minhas habilidades e desde que decidi isso, minha meta era tornar-me Campeã. Nos últimos anos... Digo, dias — atrapalhou-se com as memórias do sonho — Andei questionando se é o que realmente quero fazer. Ainda preciso melhorar tanto, não achei que conseguiria, mas me sinto renovada! Mais do que nunca, quero vencer a Liga Pokemon!

Mable: Tudo isso por ter entrado num espelho? — perguntou, cruzando os braços — Olha que eu quero entrar também!

Leuri: Espelhos refletem o que você é, acho que só hoje me dei conta do significado disso!

   Percebendo que Wattson e Winona estavam quietos, Leuri chama por Luxray e aproxima-se deles. Ambos observavam as aves lendárias, fascinados.

"Articuno, o lendário Pokemon das nevascas...

Zapdos, o lendário Pokemon dos raios e tempestades...

E Moltres, o lendário Pokemon que mergulha em vulcões."

Winona: Os três estão na minha frente... Eu sempre os admirei, mas me pergunto o que acham de mim — confessou para Wattson.

   Segurando na mão de Winona, Wattson a faz olhar em seu rosto, onde ele exibia um grande sorriso, como de costume, mas dessa vez ela o compreendia, não estava assustada com o jeito dele.

Wattson: Winona, você é ótima, mas não porque eu ou as aves achamos isso. Ninguém lida tão bem com o céu como a poderosa líder do ginásio de Fortree! — exclamou, rindo em seguida.

Winona: Heh... Wattson, isso foi gentil, obrigada — agradeceu, retribuindo o sorriso do homem.

   Leuri e Luxray trocam olhares e decidem se comunicar com Zapdos, encostando na asa direita dele. Para a surpresa de Wattson e Winona, as aves fazem uma pena de cada asa caírem sobre eles.

Wattson: Zapdos... Obrigado — agradeceu, incrédulo. Zapdos o encara, assentindo com a cabeça.

Winona: Vocês me reconhecem mesmo... Estou tão feliz!

   Então, todos deixam a entrada para a Reflection Cave, que desaparece. Estavam de volta na trilha do Mt.Pyre.

Leuri: Acho que isso significa que é hora de dizer adeus, não é? — perguntou, coçando a cabeça.

Mable: Não vem com grosseria — falou, encostando na cabeça de Moltres, rindo. Ela regressa Delphox e senta em suas costas. As chamas dele não a queimavam, como se ela fizesse parte de seu corpo — Agora sim, Leuri! Na próxima vez que nos encontrarmos, Delphox, Houndoom, Emolga, Vigoroth e eu estaremos muito mais fortes!

Khoury: Foi um prazer conhecer todos vocês, mesmo que nessa situação estranha. Qualquer dia, passem em Blizzfalt, é uma das ilhas do Arquipélago Argent! — exclamou, cumprimentando Leuri com um aperto de mãos.

~Weavile!

Leuri: Arquipélago Argent, é? Beleza! Farei uma visita, algum dia, e teremos uma batalha!

Khoury: Brendan, notei que tem uma Pokédex... O que acha de registrar meu contato nela? Assim posso conversar com você e Leuri, mesmo distante — sugeriu, mostrando sua Pokédex para Brendan, que cora.

Brendan: Uh?! O-Okay! — tímido, Brendan estala os dedos. Sua Pokédex passa a levitar, com o rosto de Duskull aparecendo na tela. Ele e Khoury conectam seus dispositivos, registrando um ao outro.

~Zaaah!

    Grunhindo, Zapdos chama a atenção de Leuri e Luxray. De surpresa, a voz da ave soa na cabeça deles, os deixando de boca aberta. "Não deixem o raio de vocês morrer, nunca. Boa sorte."

Leuri: Obrigada, Zapdos — falou, acenando para o lendário, que levanta voo — Por tudo!

~Laaaaxray!

    Khoury monta nas costas de Articuno, acariciando a cabeça dele. Mable e ele acenam para Leuri e os outros, tomando direções opostas no céu.

Wattson: Eu mal posso acreditar que isso aconteceu! HAHAHA!! — riu alto, dando um tapinha nas costas de Leuri, que quase cai pra frente.

Brendan: Mudz, estou feliz por ter passado por isso ao seu lado. Obrigado a você também, Leuri — agradeceu a Leuri e Mudz, que fazem sinal de positivo para ele, sorrindo.

Winona: Ainda que Altaria tenha se ferido, estamos felizes... — falou, enquanto fazia o curativo na asa machucada de Altaria.

Leuri: Ela não vai mais conseguir participar da competição de voo, que droga... — murmurou, entristecida por Altaria, que se esforça para sorrir e despreocupar todos.

~Sweeellow...

   Caminhando até Altaria, Swellow encara a asa dela por alguns instantes e então diz algo que a deixa surpresa.

~Froga!!

    Correndo até Swellow, Frogadier o questiona sobre o que ele disse, mas a ave assente com a cabeça.

~Lax!!

~Mwroar!!

   Luxray e Lily também se aproximam de Swellow, que encara o chão. Leuri e os outros estavam confusos, até que as Pokeballs da garota se abrem, liberando Sceptile e Lunatone.

~Sceptile!!

~Luuun!

~Swampert!

    Juntando-se com os Pokemon de Leuri, Mudz vai falar com Swellow, também surpreso. Sceptile balançava o corpo da ave, tentando convencê-la de algo.

Brendan: Leuri, eu acho que o Swellow quer... — tentou falar, mas Leuri logo o interrompeu.

Leuri: Não, Swellow! Quê isso?! — perguntou, desacreditada.

~Swellow...

   Olhando nos olhos de Leuri, Swellow parecia apreensivo. Wattson e Brendan estavam mudos, apenas observando.

Winona: Swellow quer participar no lugar da Altaria... Mas ele teria que ficar comigo para seguir a rotina de treino dela — explicou, olhando para Swellow, que concorda de novo com a cabeça.

Leuri: Mas... Swellow, assim não o verei todos os dias — disse, ajoelhando-se diante da ave, que aproxima-se de seu corpo e deita a cabeça em seu ombro direito, recebendo um abraço.

~Swellow! Sweee, Sweeellow!

Leuri: Eu não preciso do Carbink pra traduzir o que está me dizendo... Não temos o mesmo sonho, Swellow, sempre soube disso, mas luto com e por você, também. Estamos juntos e me apeguei muito, quero que saiba que tenho orgulho de como evoluiu, em todos os quesitos — falou, com voz de choro, olhando para o rosto de Swellow, que lacrimeja.

~Sceptile...

   Percebendo que Leuri apoiava Swellow, Sceptile decide fazer o mesmo, o dando um abraço. Mudz e todos os Pokemon de Leuri passam a falar com ele ao mesmo tempo, incentivando-o.

Winona: Leuri, fico feliz que nosso treino de hoje tenha sido até mais efetivo do que imaginávamos. Cuidarei bem de Swellow, não se preocupe, pode me procurar sempre que quiser vê-lo — falou, sorrindo para Leuri, que a olha nervosa — Estaremos indo para Fortree, agora mesmo... Certo, Swellow?

~Swellow...!

   Regressando Altaria, Winona monta nas costas de Swellow, que se prepara para levantar voo, olhando para Leuri uma última vez. A menina continha seu choro, mas estava triste por vê-lo partir. Então, ele voa, em direção ao pôr do sol.

Leuri: SWELLOW!! — gritou, tomando a frente de Brendan, Wattson e de seus Pokemon, que acenavam para o céu. 

~Swe?

    Olhando para trás rapidamente, Swellow vê a garota, ofegante, enxugando o rosto. Ele questiona se ela ficaria bem, mas também queria seguir com o que acreditava ser o melhor para si.

Leuri: TREINE MUITO, TODOS OS DIAS! FAÇA AS FLEXÕES, NÃO ESQUEÇA QUE EU EXISTO E SEJA SEMPRE O POKEMON INCRÍVEL QUE É! — gritou, o mais alto que conseguiu. Swellow fez o mesmo, liberando seu Echoed Voice, fazendo a garota suspirar e levar as mãos até o peito. Em instantes, já não podia mais ver o Pokemon no céu.

"Nós crescemos tanto desde que nos conhecemos..."

"Passamos por muitas coisas!"

"Erramos, falhamos e fomos derrotados..."

"Mas nós também aprendemos muito, nunca desistimos."

"Até nos superamos!"

Leuri: Ainda faremos muito mais — disse, sorrindo para o horizonte. Seus Pokemon faziam o mesmo que ela, com exceção de Sceptile, que chorava muito. 

   Observando o começo da noite, Brendan refletia sobre a decisão de Swellow, mas Leuri logo se vira para Wattson e ele, determinada a voltar para a cidade.

    De noite, Leuri, Brendan e Luxray encontravam-se com seus amigos no Centro Pokemon, dando falta de Black e Diego.

Carbink: Leuri! Breno! Vocês voltaram! — exclamou, saltitando até os dois, cumprimentando Luxray também.

Leuri: Carbink, Brendan e eu temos muitas coisas para contar, vocês todos vão pirar! — riu, olhando para todos os lados e não vendo os garotos — Diego e Black estão bem?

Carbink: Bem... Fomos comprar requeijão e de repente um grupo de Zangoose cismou com o Diego, arranhou o braço dele todo e Rolycoly precisou lutar para vencê-los, mas eles jogaram lama em todos nós... Diego está tomando banho e Black disse que ia embora, mandou abraços para vocês dois.

Brendan: Gentil...

Leuri: Nossa — falou, triste pelo dia deles não ter sido tão bom — Melhor eu contar amanhã, então...

~Rolycoly!

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Quando tudo se torna bom para um, o outro cada vez mais cai em ruínas. O mau da história é aquele que sempre foi bom. Acorde, a vida e a morte, para que haja um amanhã. O casal que abrir esse livro não poderá fugir desse destino.

Continua