Diário de Campeã #7

 De um lado, a corajosa dupla de Pancham e Dedenne...

Do outro, o Lucario imponente...

    Quando Hawlucha assoviou, Mienshao balançou seus braços, indicando que a batalha começaria. Os três Pokemon passam a se atracar, trocando golpes pelo gramado. Hitmonchan improvisava uma coreografia de líder de torcida e Sliggoo batia palmas com suas antenas pingando gosma.

Leuri: Vão com calma, meninos! — gritou para seus Pokemon, que não escutavam.

Korrina: Relaxa, uma batalha é sempre saudável — disse, de pé ao lado de Leuri, que comia macarons numa cestinha. — Estão bons? São daquela loja gourmet daqui de Kiloude!

Leuri: Aquela super cara?! — Ela quase engasgou. — Ah, é! Esqueci que você é rica agora, falsa Madame Olyvia!

Korrina: Haha!! Eles ainda caem nessa! — Ela enxugou uma lágrima com uma nota de 200.

    Leuri foi visitar Korrina no Vale da Mega Evolução, na cidade de Kiloude, ao sul de Kalos. Este é um local que estuda diariamente diversas espécies de Pokemon para descobrirem as propriedades dos que podem ou não atingirem a Mega Evolução e desvendar os mistérios ao redor desse fenômeno. Recentemente, com a ajuda financeira de Korrina, agora fabricavam Mega Rings. Também contrataram um guia turístico para apresentar o Vale para quem vem conhecer.

~Lucawr! — Ele derrubou os dois pequeninos, que não conseguiam mais se levantar. Hitmonchan e Sliggoo comemoram a vitória do lobo.

Leuri: Esse lugar está cada vez melhor, amiga! Não canso de te dizer isso!

Korrina: Eu agradeço, mas não estamos trabalhando tanto assim... O Ramon está de férias, então só Verônica e eu estamos aqui.

Leuri: O que aconteceu com aquela garota que estudava a Ribombee dela?

Korrina: A Eliza? Ela pediu um tempo depois de descobrirmos que a Ribombee não pode Mega Evoluir. Desde que saiu, a Verônica não tem ajudado muito... Acho até que o patrão quer demiti-la, mas não faz por ser irmã da Eliza, queridinha dele.

Leuri: Hmm, fofoca! Digo, poxa, que situação...

    Aproximando-se das duas, Verônica era acompanhada pelo Venusaur de Leuri, que balançava seu rabinho muito rápido.

Verônica: Campeã, é um prazer conhecê-la — disse, apertando a mão de Leuri, que sorriu. — Seu Venusaur está ótimo, obrigada por deixá-lo um tempo conosco. Estamos usando o pólen dele na comida das Vileplume do Vale, talvez desperte o componente da Mega Evolução no corpo delas. Se der certo, teremos feito uma grande descoberta.

Leuri: Depois quero saber de tudo! Venusaur, imagina se você faz parte dessa descoberta? Vai ficar famoso e entrar pros livros de história! — exclamou para seu Pokemon, que tinha os olhos brilhando ao imaginar. — Espero que ele não tenha dado muito trabalho, é mais agitado do que qualquer Pokemon que eu já treinei!

Verônica: Não, não... Foi tudo bem — disse, cabisbaixa. Ela deu as costas e voltou a caminhar. Os Pokemon pararam de conversar, sentindo a tristeza dela.

Korrina: Verônica, quer ir com a gente jantar hoje? — perguntou alto.

Verônica: Não precisa, está tudo bem.

Korrina: Oh, Verônica... — disse baixinho para só Leuri ouvir. — Cara, eu sei que ela está sentindo falta da irmã, mas ela não pode ficar desse jeito até ela voltar! Patrão logo perde a paciência... Ela demorou muito com o Venusaur.

    Bolhas coloridas flutuando chamaram a atenção de Korrina, que se distraiu com elas, procurando de onde vinham, até que sua Azurill saltou em sua cabeça, derrubando seus óculos e rindo. Leuri encarou Verônica debruçada numa cerca.

Verônica: Uh?

    No chalé do Vale, quando se preparava para dormir, Verônica encontrou um pedaço de papel com um adesivo de lacinho preto, onde estava escrito para ela ir até o Safari da cidade, mesmo que estivesse fechado a essa hora.

Leuri: Hey! Que bom que veio! — Acenou para a mulher, que estranhava tudo. — Desculpe me intrometer, mas... Não aguentei te ver assim, então decidi te convidar pra vir aqui.

Verônica: Num Safari fechado...?

Leuri: Você logo vai ver!

    Leuri estendeu um lençol no chão, sentando sobre suas pernas e olhando para o céu. Verônica se deitou ao seu lado, de barriga para cima.

    O céu parecia aceso especialmente para aquele momento. Era possível ver luzes traçando caminhos como se caíssem, afastando-se.

Verônica: É mesmo... Litleonids, a chuva de meteoros que ia acontecer hoje. Eu nem me lembrei...

Leuri: É lindo, né? Isso só acontece uma vez durante o ano, quando passam pela constelação de Litleo e ficam mais radiantes. Mesmo ficando tanto tempo sem passar pela constelação, sempre voltam. 

Verônica: Eu sei o que está errado, entendeu? — disse, abaixando a cabeça. — Eu só... Não sei como continuar sem quem me trouxe para essa nova etapa da minha vida, e não quero deixá-la.

Leuri: Continue como os Litleonids, se é que me entende — falou, encostando no ombro de Verônica, que respirou fundo e juntou as mãos, fazendo um pedido para os meteoros. Leuri imitou, até a chuva terminar.

Verônica: Obrigada... Me sinto mais leve agora. Você realmente me ajudou! Mas por que fez isso? É uma pessoa tão ocupada...

Leuri: Estou na mesma situação que você, juro! Sinto falta dos meus amigos comigo, mas estou criando independência também. Pensei que não descontar meus problemas nos outros, mas sim ajudar alguém, fosse bem vindo agora.

    As duas conversaram sobre suas vidas por mais algum tempo, até que despediram-se. Leuri voltou ao Palácio da Elite, recebendo broncas de Courtney, que acampou na porta preocupada. 

"Diário, meu amigo que também é um aplicativo de celular! Estou indo dormir tarde, mas feliz por ajudar alguém emocionalmente. Sinto que fazia um tempo desde a última vez e isso era tão comum antes... Dei mais um passo, mas não com a perna toda, ainda não me sinto muito bem. Nunca me vi como alguém tão apegada aos outros até me tornar Campeã. Diantha não parece ter esse problema e Steven... Só lembro dele investigando por aí. Enfim, melhor dormir. Amanhã é um novo dia com uma nova Leuri!"