Diário de Campeã #8

     Hoje é um dia especial! No ano passado, Leuri começou um projeto em colaboração com Diantha, a Campeã de Kalos, Brandon, o Mestre da Criação, e Lisia, a Top Coordenadora popular de Hoenn. Para promover a inclusão nas duas regiões, aproveitaram uma ilha entre elas e construíram o Battle Resort, onde competidores de Ginásios, Contests ou Concursos de Criação Pokemon podem vir descansar.

    Além do resort com atrações, dividiram a Ilha em cinco distritos, cada um com um local para desafiar um dos Cérebros da Fronteira, Trinadores poderosos que vão oferecer reais desafios aos veteranos. Foi uma ideia de Leuri que foi bem recebida. E hoje é o dia da inauguração!

Brendan: Mud Slap! — Em seu bracelete, feixes coloridos cursavam seus rumos até Mudz, que saltava no palco.

    Uma mão gigantesca de lama ergueu-se e logo virou um braço inteiro. Mudz mergulhou nele, transcendendo seu poder e replicando as mãos de lama por todo o palco, Mega Evoluindo.

    Sabendo que Quick Attack não falhava e impactaria prioridade, Brendan deu seu comando para Zagz pular sobre as mãos de lama. Os efeitos de prioridade as faziam descer e sumirem no chão, misturando-se com a Energia da Mega Evolução e formando impulsos coloridos.

    Só restando um grande braço de lama, Zagz afia suas garras e o corta do topo ao chão, mas ao contrário do esperado, a lama espirra para cima de Mudz.

~Swamp?

Brendan: Rápido, encerre a Mega Evolução! — comandou tentando salvar sua performance, mesmo que ninguém tenha percebido o erro.

    Ao encerrar sua Mega Evolução, toda a energia liberada de seu corpo reflete a lama e ele finaliza a performance ao redor dela, com o punho erguido. Brendan suou frio, mas abriu os braços, sorriu, e curvou-se para uma reverência.

Diantha: E essa foi a apresentação do Brendan! — Ela recebia suas falas por um aparelho de comunicação preso na orelha. — Agora próxima fala, diga... 

Leuri: Gente, ela é péssima nisso... — falava, junto com os organizadores do evento. Lisia fazia uma transmissão ao vivo, mostrando-se muito empolgada pelo projeto também levar o seu nome.

    Enquanto os Cérebros da Fronteira apresentavam-se ao público, Brendan afastava-se das pessoas, colocando sua touca. Não parecia muito feliz pelo rosto, o que Leuri notou de longe e foi atrás dele, perguntando o que houve.

Brendan: Deu tudo errado, Leuri! Eu aprimorei os movimentos deles entendendo todos os seus efeitos, mas falhei nessa performance de novo!

Leuri: Eu achei muito boa, você conseguiu salvar o final! Não se cobre tanto, já está bem melhor que antes! Aprimorou a técnica, não?

Brendan: Sim, só não foi do jeito que pensei... Como vou voltar a competir desse jeito?

    Ouvindo o barulho de saltos batendo no chão e estalares de dedos, Leuri e Brendan se viraram, encontrando uma das Treinadoras da Fronteira, a senhora Argenta que retirou os óculos vermelhos como seus olhos, lambendo os beiços.

Leuri: Uh? Algo errado, Argenta?

Argenta: Curioso como perguntas são sempre tão óbvias... Por que não perguntar algo aleatório como... Amoras? — indagou colocando a ponta da língua para fora e piscando com um só olho, deixando Leuri reflexiva.

Brendan: E-Eu sou um grande fã, Argenta! — exclamou, abrindo sua mochila e pegando uma revista com Lindona na capa. Ele folheou até mostrar uma página com a foto de Glacia e Argenta, quando mais novas. — Dizem que vocês formaram a maior rivalidade da história!

Argenta: Poucas palavras, rabo branco — disse, com um braço sobre o outro e levando o dedo indicador até a touca do garoto. — Solte-se do que o prende. É só o que está faltando para você superar mais um nível.

Leuri: Rabo Branco...? — Ela tentava se achar nas falas aleatórias da mulher.

Argenta: Não agradeça, nem se despeça. Ou se despeça de um jeito criativo... Diga flores ao invés de tchau! Flores!! — E assim foi embora acenando.

Leuri: Eu não entendi nada! É a moda dos vegetarianos?

Brendan: Não, ela ficou famosa por ser totalmente aleatória, não se apegue com essa Argenta de agora, muda todos os dias. Teve até uma fase gótica preocupante... — explicou, mas olhou para as nuvens, percebendo que se moviam rápido. Naquele momento desejou agir como elas. — Ela disse que estou me prendendo... E não mentiu.

Leuri: Como assim? Você parece bem solto pra mim!

Brendan: É que... Você sabe, era para eu ter ido pra Sinnoh no início desse ano. Completei meus estudos, mas não voltei a colocar em prática, no máximo faço essas aparições nos eventos que me convida. A verdade é que estou com medo...

Leuri: Você não vai falhar lá, Bren! Suas apresentações sempre foram as minhas preferidas desde que gritou seu primeiro "Tornado Marinho!"... — Tentou imitar a voz do amigo, que sorriu. — É sério. Você me inspirou com suas combinações, tem esse dom.

Brendan: Falhar já é costume, não tenho medo disso. É que... Também não quero te deixar aqui em Hoenn, sei como está difícil — falou, ainda de costas pra Leuri, que baixou o olhar. — Digo, o Diego e o Carbink mal dando notícias... Seus compromissos, seus projetos. Todas as vezes que vou te ver você sempre me diz o mesmo, que está cansada e sentindo falta deles. Eu também me sinto assim, mas... Ainda estamos juntos aqui.

Leuri: Eu... Joguei tudo isso em você sem perceber, não foi?

Brendan: Não, não se culpe! Nós somos amigos, Leuri, eu só quero o que te deixa melhor. — Leuri suspirou ao ouvir a fala.

Leuri: Brendan, siga o que o seu coração escolher no tempo que for. Só não me deixe de fora, por favor... — pediu, encostando no ombro do amigo. — Você é o meu... Melhor amigo. Não quero perder mais um, de novo.

Brendan: Você sabe que não faz meu tipo deixar alguém de lado. — Piscou para ela, que o abraçou forte. — Eu não vou, nunca.

Leuri: Eu sei. — Continuou o abraço.

    Leuri ainda aproveitou o restante do dia para curtir no resort com Brendan, que aceitou fazer os desafios da Battle Frontier antes de seguir para Sinnoh, já que queria enfrentar Argenta. Quando a noite chegou, Courtney veio buscar Leuri, não gostando de Brendan vir junto, mas preferindo ficar quieta. 

"Arrumando meus erros, concluindo ciclos... Vida real não se disfarça. Ainda bem que tenho bons amigos para me ensinarem a perder meus péssimos costumes. Brendan continuou aqui por medo de me deixar sozinha. Estou tão mal assim? São nessas horas que você percebe que precisa mais do que nunca resolver seus conflitos. Agora, direto pra caminha..."