Capitulo 81: De volta para a origem!

   No aeroporto de Fortree, Tate tirava uma foto de Carbink e Lucario, que usavam óculos de sol. O lobo fazia biquinho e sinal de paz e amor.

Carbink: Tá ótimo, escreve aí que vamos andar de avião de novo e que temos muito dinheiro! — exclamou, saltitando até Tate, que tinha o celular de Leuri em mãos.

Tate: Mas isso não seria mentir?

Carbink: Claro que não, um dia eu vou ter muito dinheiro, só estou adiantando!

~Couf!

    Aceitando comer um pouco enquanto Liza a acariciava, Furfrou sentia-se um pouco melhor e já não parecia mais tão magra. Diego ficava muito feliz por vê-la assim.

Diego: Liza, você está sendo uma ótima pessoa pra mim! Sua ajuda é muito bem vinda, só tenho a te agradecer, de verdade! — exclamou, fazendo Liza rir um pouco.

Wally: Leuri... Eu não estou me sentindo muito bem. É sobre a minha família, eu... Eu sei lá, as vezes tudo volta na minha cabeça, os ideais dos Draconid, e não consigo parar de pensar em como querem que eu desista de quem eu sou. — falou, recebendo um abraço de Leuri, que ajeita sua franja.

Brendan: Zinnia, você também precisa da família dele? — perguntou, referindo-se a Wally. Zinnia o olha, corando.

Zinnia: Zéfiro... N-Não, eu só preciso de Draconid específicos, nem todos tem o que eu procuro. E para ser sincera, não sinto que ele é um de nós.

Steven: Vamos parar de conversa, os passageiros já estão embarcando no avião! Voltaremos em pouco tempo caso tudo dê certo — disse, levantando-se e puxando um carrinho com 5 malas da cor rosa, decoradas com lacinhos pretos — Urgh... Qual a necessidade de levar isso tudo?

Leuri: Steven, a necessidade é que eu necessito, né? Quando você falou em viajar, fui até a lojinha perto do ginásio da Winona e comprei essas malas lindas, decorei elas e decidi que vão todas comigo, mesmo vazias — disse, balançando a mão direita, fazendo sinal para Steven entrar logo no avião.

    Tate, Liza, Brendan, Steven, Zinnia, Diego, Carbink e Lucario já haviam entrado no avião, restando apenas Leuri e Wally, mas o garoto de cabelos verdes a para antes dela colocar o pé no primeiro degrau da escada que levaria para dentro.

Wally: Leuri, eu não sei se consigo deixar a região com tanto na minha mente. Desculpa, parece muito dramático, mas — sendo interrompido por Leuri, Wally sente as mãos da garota nas suas, olhando na direção do rosto dela.

Leuri: Wally, fique tranquilo. Os seus problemas o acompanharão, mas você não está e nem precisa lidar com isso sozinho, estou aqui com você — disse, vendo o garoto lacrimejar — Parece que pensei direitinho nas palavras!

   Estranhando a demora de Leuri e Wally, Diego se levanta para ver se alguma coisa tinha acontecido. Ele então chega na hora que...

Wally: Leuri, eu vou ajudar no que for preciso para salvar seus amigos — falou, sorrindo para a garota, ganhando confiança — Obrigado por me ajudar!

Leuri: Você me ajudou recentemente, Wally! Eu estou retribuindo — respondeu, rindo um pouquinho e se aproximando do garoto. Leuri sente seu rosto ficar quente e então, com um olhar assustado, percebe que Wally também estava da mesma forma. Ela sente uma mão em sua nuca e então recebe um beijo, fechando os olhos e segurando na bochecha do menino, até que se separam, ficando um a encarar o outro.

   Diego, que havia assistido a cena, sente seu coração partir. Ele corre de volta para seu lugar no avião, sem olhar para trás.

    Mais tarde, com o avião já no céu, o clima estava silencioso. Leuri estava sentada com Diego, Carbink e Lucario, até que ela decide quebrar o silêncio.

Leuri: Diego, então... Eu estou gostando do Wally — falou, levando as mãos até a boca, empolgada com a reação de Diego, que engole saliva.

Diego: Ora... Que legal — respondeu, tentando não gaguejar e olhar para o rosto de Leuri.

Leuri: Ele esteve tão ativo ultimamente e me confiou coisas que acho que não contaria pra mais ninguém, tivemos uns momentos bem legais! — exclamou, enquanto Diego escondia as mãos nos bolsos de seu casaco — Na Escola da Roxanne, Wally que me ajudou a superar aquela fase... Claro, você e Carbink também, mas ele foi a cereja do bolo, entende?

Diego: Entendo — continuou respondendo, cerrando os punhos escondidos pelo casaco.

Leuri: Eu queria que você me desse algum conselho, Diego. Você é muito bom com tudo isso — pediu, olhando com os olhos brilhando para Diego, que por um instante sente-se feliz por vê-la bem, mas logo volta ao seu normal.

Diego: Eu... Eu acho que nada a impede de tentar — disse, um tanto relutante — Mas veja se é mesmo o que quer, vocês estão passando mais tempo juntos agora, não é?

Leuri: Estamos, mas... Droga, estou tão confusa!

Diego: Siga seu coração — falou, vendo Leuri parecer entrar num transe — Ele vai te dizer o que você quer de verdade. A pessoa que está ali com e por você, se importa, gosta muito e também nunca deixaria que a machucassem.

Leuri: Bem — pensando em Wally ao ouvir as palavras de Diego, Leuri passa a sorrir, corando — Bem...

Diego: E não precisa ter pressa, Leuri. Você vai descobrir uma hora ou outra quem é que você ama. 

Leuri: Amar — repetiu, olhando para o teto — Confesso que estava um pouco confusa... Mas agora que você disse, acho que Wally se encaixa nisso. Quem diria, não? Hahaha!!

   Enquanto Leuri ria, Diego passa a ranger os dentes, levantando-se com a desculpa de que iria até o banheiro, onde ele se tranca.

Diego: Leuri... Eu consegui perdê-la também — disse, para si mesmo, então sentindo algo molhar sua mão. Ele encosta em suas bochechas, percebendo que lágrimas escorriam por elas. Apertando a visão e se encolhendo, Diego passa a chorar com mais intensidade, de pé e com uma mão segurando a porta.

    Do lado de fora do banheiro, Carbink escutava o choro de Diego, pensando que ele estava passando mal até ouvi-lo mencionar o nome de Leuri.

Carbink: Diego, fala comigo — pediu, num tom que Diego ouviu, mas não tão alto para outras pessoas escutarem — Eu vim lavar as mãos, mas lembrei que não tenho nenhuma.

Diego: Eu não tenho vontade de ficar mais aqui... — disse, sem abrir a porta — Em todos os momentos eu só me dou mal, nada de bom acontece comigo, eu não fiz nenhum avanço como Criador Pokemon nessa região e só me sinto pior a cada dia!

Carbink: Não, você com certeza fez sim — revidou, um pouco mais alto agora — Você que não percebe! Odeio quando ignora minha relevância, também!

    Percebendo que Diego havia voltado a chorar, Carbink afasta os pensamentos, compreendendo que também precisava ceder.

Carbink: Abre a porta — pediu, batendo na porta com as orelhas, até que Diego a abre, fazendo-o cair dentro do banheiro — Isso é estranho...

Diego: Carbink — com o nariz vermelho e os olhos inchados, Diego abraça a pedra, que só desejava poder corresponder, conseguindo apenas fechar os olhos — Furfrou está passando por tanto, meus outros Pokemon tem problemas individuais e comigo, tudo isso é minha culpa, Carbink! Minha culpa!

   A cicatriz em forma de Y no pescoço de Diego passa a brilhar forte, o que Carbink percebe iluminar com luz vermelha a parede. As veias de Diego passavam a escurecer, mas voltavam ao normal quando Carbink as olhava. 

Carbink: Nada disso é sua culpa, para por favor — continuou pedindo, sem perceber que sua Fairy Aura neutralizava os efeitos do corpo de Diego — Você precisa ser forte, Diego! Eu estou sendo, Korrina com certeza está sendo lá em Kalos! Com tantos problemas, você vai ficar chorando no banheiro de um avião?!

Diego: Tem razão — falou, enxugando o rosto — Eu preciso ser forte... 

Carbink: Você me reergueu no momento mais difícil da minha vida, agora eu vou ajudá-lo — concluiu, um tanto animado, o que faz Diego sorrir.

Diego: Você é ótimo mesmo, Carbink... Obrigado — agradeceu, beijando o diamante da cabeça de Carbink e logo abrindo a porta, deparando-se com Lucario, que parecia assustado ao vê-los saindo juntos do banheiro.

~Lucawr...

Carbink: Não pense besteiras — disse, saltitando e passando por Lucario, envergonhado.

   Olhando na direção de Leuri, Diego percebe que Wally agora estava sentando em seu lugar. Ele se dá conta de que havia demorado, abaixando a cabeça. 

Liza: Hey, Diego! — chamou, acenando para Diego. As pessoas do avião olham na direção do garoto, que se envergonha — Senta aqui!

    Obedecendo, Diego caminha se equilibrando até o banco vago ao lado esquerdo de Liza, pois o direito era ocupado por Tate, este com fones de ouvido e jogando um jogo em seu celular. Ele passa por Brendan, que dormia ao lado de Steven e Zinnia, ambos olhando para a janela, mudos.

Liza: Por que estava chorando? — perguntou, vendo Diego arregalar os olhos, embaraçado.

Diego: C-Como você sabe disso?!

Liza: Dá pra perceber, né? — respondeu, colocando seu dedo indicador direito no rosto de Diego e logo o mostrando molhado. O menino abaixa a cabeça — Tem o seu tempo para falar.

Diego: É sobre Leuri e eu... — começou, percebendo que Liza prestava atenção nele, o que o deixava confortável — Nós temos um relacionamento complicado desde que nos conhecemos. Brigávamos bastante, ela era bem bobinha e eu me sentia mais esperto, então você deve imaginar como era.

Liza: Sim, parece uma boa história de como vocês se tornaram amigos!

Diego: Bem, em algum momento eu percebi que não via a Leuri mais só como alguém que eu queria manter uma amizade e senti que ela correspondia a isso. Nós então tivemos um momento quando eu estava em dúvida se viria para Hoenn com ela — riu, lembrando-se do dia — Desde então, problemas só vem piorando a minha situação com ela e com todos ao meu redor... Mas parece que não há algo a fazer, sabe?

Liza: Sei — respondeu, já sem sorrir.

Diego: Agora ela está com Wally e eu vi os dois se beijando antes de entrarem no avião — disse, sentindo sua voz falhar — Eu sinto que a desanimei e que a cansei, também nos separamos na nossa jornada em determinado momento por causa de uma garota que forjou uma emboscada pra nos fazer brigar. Com Wally, tudo isso parece justificava pra ela não querer ficar comigo. Você provavelmente já deve estar me achando um completo idiota.

Liza: Eu entendo, Diego — respondeu, segurando no rosto de Diego para que ele olhasse para ela — Não te acho um idiota. Eu sei como se sente no momento, passo por algo parecido com o Tate.

Diego: O Tate? — perguntou, olhando para o lado direito de Liza, onde Tate estava super concentrado no jogo.

Liza: Relaxe, ele não está ouvindo — tranquilizou Diego, rindo baixinho — Tate é meu irmão, mas... Não sei se é porque somos gêmeos, mas me sinto tão conectada com ele, como se eu tivesse nascido para estar ao seu lado. É a primeira vez que me abro sobre isso com alguém!

Diego: Obrigado por me dizer, eu também não converso com Brendan ou até mesmo com Carbink sobre essas coisas — disse, sorrindo para Liza — Mas continue, é bom falar.

Liza: Sim, sim... Quando eu batalho em dupla com o Tate, posso sentir nossas mentes conectadas também, como se eu pudesse me sentir como ele, sempre sabemos o que estamos pensando. Por isso eu me pergunto se ele sabe como me sinto — disse, olhando para Tate ao seu lado, que ainda jogava — E se ele sabe... O que será que acha disso?

Diego: Bem, de qualquer forma, acho que ele vai te entender — respondeu, sorrindo para a garota — Parece que estamos juntos nessa!

Liza: Hahahah!! — riu, o que Tate percebe, retirando seus fones, mas ela não se importa — Estamos sim!

Tate: O que eu perdi? — perguntou, desligando seu celular.

Liza: Estava conversando com Diego sobre como vamos salvar todos em Kalos e onde comemoraremos! — exclamou, mostrando-se empolgada. Diego ri, concordando.

Diego: E qual foi a nossa conclusão?

Liza: Concluímos que vamos comemorar todos juntos numa noite estrelada, com bolo de chocolate!

Diego: Eu gosto dessa ideia!

Tate: Eu também!

   Todos tinham suas mentes ocupadas naquele avião, mas o tempo passava devagar e logo estavam adormecidos. Quando Lucario desperta, percebe que o céu não aparecia mais na janela e que Carbink cochilava em seus braços, como um bebê.

~Lucawr...

   Colocando sua mão direita na janela, Lucario sente que está perto de se reencontrar com Korrina, enchendo-se de determinação. Todos desembarcam em Lumiose e, ao saírem do aeroporto, descobrem que estava de noite, podendo contemplar a Torre Prisma iluminada.

Leuri: Nós vimos isso juntos em Kalos, Diego — disse, olhando para seu amigo, que sentia-se um pouco estranho perto dela — Fizemos uma promessa aqui.

~~~~~~

    Leuri e Diego, após deixarem Santalune, foram na direção de Lumiose, onde chegaram quando era noite, conseguindo observar a Torre Prisma ser acesa, iluminando toda a cidade e encantando todos que, por mais que sempre a vissem, não cansavam de o fazer.

Leuri: Vão acender a Torre Prisma! Quando eu vim com a Serena para essa cidade, um dia antes de escolher o Froakie no laboratório, eu a vi acender.

Diego: Então agora nós a veremos juntos!

Leuri: Heh?

    Diante dos olhos de Leuri e Diego, as luzes da Torre Prisma iam se acendendo lentamente, iluminando toda a cidade.

Leuri: Ela é mesmo linda!

Diego: Pois é... — murmurou, observando a amiga encantada com as luzes — Obrigado por me convidar para viajar com você. Estaremos sempre juntos a partir de agora!

Leuri: Diego... Sim, estaremos!

~~~~~~

Leuri: É linda, não é? — perguntou para todos, que admiravam a torre — Eu gosto muito de vê-la e agora estamos fazendo isso todos juntos.

Brendan: Estou em Kalos...

Diego: De volta aqui — pensou, vendo Leuri apontar para a torre, de mãos dadas com Wally. Liza estava ao seu lado, o cutucando com o cotovelo.

Carbink: Nós temos uma missão... E vamos conseguir!

Continua