Capitulo 9: O fim de semana da Leuri!

   Depois de uma árdua semana com aulas de batalhas, capturas e eventos, os alunos da escola de iniciação para treinadores Pokemon finalmente terão um descanso, já que hoje é sábado e não terão aulas.

Leuri: Confio em você com eles, okay, Diego? — perguntou, empurrando suas seis Pokeballs na mesa para o lado de Diego, que tinha Furfrou deitada em seu colo.

Diego: Você tem certeza que não quer ficar com nenhum, nem por segurança? Frogadier e Venusaur são os que mais tem intimidade com você...

Leuri: Diego, eu preciso pensar um pouco. Vou ficar sozinha na biblioteca da escola, procurar algo para ler, apenas eu, o livro e o silênico de lá. Carbink, Furfrou e você podem ir explorar a cidade, já que até agora o máximo que fomos foi até a escola de Rustboro, não acha uma boa ideia?

Carbink: Tem uma barraca de Pokeblocos perto da escola!

Diego: Não vou comprar nada.

Carbink: Furfrou, como convive com ele há tantos anos?

~Couf. ("Comida, água, carinho e croissant.")

Carbink: Faz sentido.

Diego: Bem, nós vamos então — falou, se levantando e ajeitando seu casaco — Leuri, fique bem, okay?

Leuri: Tudo bem, não se preocupe comigo.

Diego: Queria...

Carbink: Para onde vamos primeiro?

Diego: Soube que o Pokemart daqui tem alguns itens legais, querem dar uma olhada?

Carbink: Não.

~Couf!

Diego: Ótimo, gosto da animação de vocês! Vamos explorar um pouco!

   Diego e seus dois Pokemon andam até um centro comercial com um letreiro azul, onde mostrava os produtos em promoção. Ao entrarem, são abordados por um vendedor sorridente.

Vendedor: Olá, procuram por alguma coisa?

Diego: O corredor dos suplementos médicos, por favor.

Carbink: Veja! Aqui vende revistas!

~Couf. ("Você não tem mãos.")

Carbink: Não esfregue na minha cara! Vou precisar da sua ajuda.

~Couf couf...

Diego: Ui, tem desconto levando dois de cada! Falei que não ia comprar nada, mas isso aqui é irresistível! — exclamou, arremessando potions, antídotos, berries e outros remédios para Pokemon em sua cesta.

Carbink: Vire a folha — falou, e logo Furfrou mordeu e virou a folha da revista — Não acredito, essa história é ótima, o Kabutops revivido está atacando a cidade! 

~Couf! ("Spoiler!")

Vendedor: Aqueles Pokemon são seus? — perguntou, apontando para Carbink e Furfrou bagunçando as revistas — Eles estão estragando as revistas.

Diego: Nunca os vi na vida.

Carbink: Diego, podemos levar isso?

Vendedor: Ele está falando com você?

Diego: Meu nome é Wagner.

   Após pagar pelos produtos, Diego sai do local com várias sacolas, encontrando Carbink e Furfrou os esperando do lado de fora.

Diego: Eu poderia ter sido expulso! Aí você não teria berries para fazer Pokeblocos, Carbink!

Carbink: Pokeblocos são a prioridade!

~Couf!

Diego: Heh?

   Após Furfrou latir, Diego avistou o maior prédio da cidade, o edifício da corporação Devon.

Diego: Querem ir lá?

~Couf!

Carbink: É grande!

   Se aproximando do edifício, Diego estava distraído observando o local, acabando por esbarrar em um homem. 

Diego: Oh!, me desculpe, eu não...

???: Não fique assim, está tudo bem.

Diego: Espera... Eu o conheço? 

???: Todos de Hoenn me conhecem. Sou Mr.Stone, o dono da corporação Devon.

Diego: Heeeeeeeh?! Carbink, Furfrou, estamos diante do homem mais rico de Hoenn!

Carbink: Quando vamos comer?

~Couf!

Diego: Eu sou um Criador Pokemon! Consegui vencer o nível expert dos Concursos de Conhecimento Pokemon de Kalos e estou em Hoenn acompanhando uma amiga antes de desafiar a Elite de criação. Sou um grande fã dos trabalhos que a Devon realiza usando a tecnologia!

Mr.Stone: Um Criador Pokemon? E esses são seus parceiros?

Diego: Além deles tenho Rotom e Malamar, mas estão nas Pokeballs.

Mr.Stone: Você me parece interessante. Eu estava indo dar uma volta na cidade, mas gostaria de conhecer a Devon? Por alguma razão vi algo em você.

Diego: S-sério?! Isso é uma ótima oportunidade, não acham?

~Couf...

Carbink: Fome!

Diego: Ótimo, vamos.

   Dentro do edifício da Devon Corporation, Diego, Carbink e Furfrou conheciam várias salas, como a de computadores, onde os cientistas faziam pesquisas sobre seus trabalhos, a sala de testes para testar novas tecnologias, o auditório onde ocorria uma palestra de Sophocles, um jovem prodígio de outra região.

   Caminhando pelo corredor, um homem de jaleco esbarra em Diego e não pede desculpas. O garoto não consegue ver o rosto da pessoa, mas parecia sentir que já a conhecia.

Mr.Stone: Bem, e aqui se encerra o tour pela Devon!

Carbink: E aquele corredor? — perguntou, olhando para um corredor que levava até uma única porta.

Mr.Stone: É uma sala proibida, não devem entrar lá.

Carbink: Diga isso para a Furfrou.

   Correndo loucamente em direção à porta, Furfrou queria entrar na sala, mas Diego a regressa para a Pokeball.

Diego: Desculpe, Carbink influencia muito os Pokemon da minha equipe com o comportamento dele... Ele já fez Rotom beijar Malamar achando que ia ganhar dinheiro.

Carbink: Hihi!

Mr.Stone: Agora que estou percebendo, seu Carbink fala! Isso é incrível!

Carbink: Incrível porque não sabe como aprendi a falar...

Diego: Ehr, é uma longa história, melhor não contar...

Mr.Stone: Bem, eu tenho algo para você. Foi legal conhecê-lo, Criadores Pokemon não tem quase nenhuma fama em Hoenn e gostei de passar um tempo com um, sempre é bom explorar novas classes de Treinadores. Por favor, fique com isso — falou, entregando um aparelho para Diego, que mostra para Carbink — É uma PokeNav, pode fazer muitas coisas com ela! É bem difícil encontrar alguém com uma por Hoenn, são bem caras e só os da alta classe tem uma. 

Diego: Eu não sei como agradecer! O senhor é muito gentil, muito obrigado!

Mr.Stone: Ora!, imagine! Heh-eh.

   Enquanto isso, Leuri estava na biblioteca de Rusboro, andando entre as estantes com as mãos nos bolsos de seu short jeans.

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Roxanne: Okay, chega! Acalme-se agora, mocinha! Por que tanto stress por esse Taillow?

Leuri: Eu... Eu não sei.

Roxanne: Você está muito nervosa. Por que não pensa de uma forma diferente? Uma estratégia, talvez. 

Leuri: Estratégias... — murmurou, olhando para o galho da árvore, que Taillow insistia em proteger — Sliggoo, mire no galho!

~Sliggoo!

   Com outro disparo de energia, Sliggoo quebra o galho, fazendo Taillow cair desesperado. Então, Venusaur o atinge com várias folhas cortantes, causando finalmente danos ao pássaro. 

Roxanne: Você está no território desse Taillow. Ele vai fazer de tudo para defender esse lugar, por isso está te deixando tão frustrada. Ele quer te fazer ir embora. Poderia ter consultado a sua Pokédex, não é?

Leuri: Minha Pokédex... — falou, olhando para o aparelho empoeirado em sua bolsa — Eu não uso minha Pokédex faz tempo.

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Roxanne: Viu como foi simples? Seus Pokemon estão num nível muito superior, mas você parece não saber usá-los.

Leuri: Roxanne, eu preciso capturar esse Taillow?

Roxanne: Não seria uma má ideia. Um Pokemon iniciante como ele seria perfeito para você nesse momento.

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Leuri: Ahm... — distraída com os pensamentos, Leuri acaba esbarrando numa estante, provocando a queda de um livro velho e pesado em seu pé — Aaaah!!!

Bibliotecária: Shhhhhh!! Fica quieta, é uma biblioteca!

Leuri: Calma, eu quase perco o pé aqui!

Bibliotecária: Shhhh!!

Leuri: Humph, mas que livro é esse? — murmurou, pegando o livro do chão. Era tão velho que tinha páginas amareladas e quase caindo.

Leuri: Essas imagens, essa letra apagada... Está falando algo sobre Xerneas e Yveltal, os lendários da vida e da morte? — murmurou novamente, relembrando o ocorrido com esses dois Pokemon em Kalos.

   Virando as páginas, Leuri encontra mais fotos descoladas e amareladas, com desenhos de Xerneas e Yveltal lutando, cenários devastados, o céu, uma floresta... Algumas palavras estavam perfeitamente legíveis, e todas montavam frases estranhas.

Leuri: Mas que livro estranho... Na verdade, está mais para um álbum com relatos. Me pergunto quem escreveu isso.

   Vendo a ficha colada atrás da capa do livro, não haviam informações sobre o autor e também haviam dados sobre pessoas que o pegaram emprestado, mas eram vários nomes longos e borrados. Então, quando ela iria virar o livro, uma página cai na mesa. Algumas coisas eram possíveis ser lidas, e a menina pegava interesse por aquilo.

Leuri: O amor impossível de um casal fadado ao sofrimento. Elementos opostos... Lados opostos, treva e luz, o equilíbrio. Conceitos e ideais diferentes. Credo, sai de mim! — exclamou, assustada com o livro, que ela logo fecha. 

   Leuri então percebe que estava sozinha na biblioteca. Nenhuma das pessoas que estavam ali eram vistas, ela estava sozinha.

Leuri: Mas que palhaçada é essa? — perguntou, enquanto tentava abrir a porta trancada.

   Ao se virar novamente para a mesa, o livro não estava mais lá. Na parede, o espelho que sempre esteve ali agora brilhava, e ela sentia que o chamava. Quando olhou para ele, não viu seu reflexo, mas duas letras unidas "XY".

Leuri: Xerneas e Yveltal... O que eles tem haver com isso? — perguntou, percebendo que as letras dançavam no brilho do espelho. Com um toque no vidro, algo segura seu braço, a puxando para dentro do objeto — Ai minha vida!!!

   Abrindo os olhos, Leuri se depara com um local repleto de nada. Olhando para os lados ela só avistava uma caverna e o infinito do mundo. Uma sensação familiar, como se ela já tivesse passado ali.

Leuri: Aqui é...

Leuri do espelho: O Mundo do Espelho!

Leuri: Ahh! Que susto! Mas espera... É você! A Leuri parecida com o Diego que me puxou para um espelho quando eu estava na Reflection Cave em Kalos! Como eu vim parar aqui?

Leuri do espelho: Haha! Você precisa ver algo! — estalou os dedos, e então uma cortina de fumaça trouxe imagens da última vez que Leuri esteve ali.

Leuri do espelho: Você é burra ou se faz? Bem, isso não importa. O mundo está cheio de universos paralelos com diversas versões de uma mesma pessoa. Eu sou a sua versão do Mundo do Espelho e você é a minha versão do Mundo Real. Quando um Universo se encontra com outro, as duas versões de uma mesma pessoa podem se encontrar. E se isso acontecer, uma das versões vai ficar presa no Universo da outra.

   Então, a visão começa a se acelerar. Agora as duas estavam enfrentando um Wobbuffet rei da caverna para então Leuri voltar para sua realidade.

Leuri: Eu me lembro disso... Mirar na cauda!

Leuri do espelho: Sim sim! Mas agora é a parte que você não viu.

   Agora mostrava a cena de Leuri vencendo o Wobbuffet e sendo sugada por um espelho e voltando para sua realidade, deixando a Leuri do espelho ali. Então, após alguns segundos, ela se transforma em Yveltal, que suspira.

Xerneas: Urf... Então, o que achou dela?

Yveltal: Realmente, ela é a representação do que a lenda diz, carismática, se irrita fácil, meio burra e com um bom coração. 

Xerneas: Tenho pena do que acontecerá com ela — falou, e então os dois lendários olharam na direção da Leuri real, que estava confusa.

   Então, a visão se encerra e a cortina de fumaça passa. Tudo se distorce e agora Leuri estava numa sala escura, onde Xerneas estava preso à correntes.

Leuri: Xerneas! O que houve com você?! Não o vejo desde que me ajudou a vencer Lysandre e Yveltal!

Xerneas: Eu... Eu estou com dificuldades para falar, mas preciso ser rápido, antes que ele volte. Yveltal sempre dorme por 1000 anos e quando desperta, devasta uma área para dormir novamente, mas agora está tudo diferente. Ele se cansou de fazer apenas isso, sabendo que eu traria a vida para tudo aquilo logo em seguida.

Leuri: Eu sei, eu conheço a lenda de Yveltal. E ele está fazendo coisas assim desde o ano passado.

Xerneas: Quando ele está dormindo por 1000 anos, sonha com algo. Este sonho... Bem, é o Mundo do Espelho, este lugar onde estamos. A Reflection Cave em Kalos não passa de um meio de se comunicar com ele, deixei Diancie a protegendo, mas você foi a única humana em milênios que conseguiu falar com ele. Yveltal me prendeu aqui e está acordado em algum lugar bolando algo terrível! Ano passado, aqueles homens tentaram usar a força dele, mas agora é uma situação muito pior. Você... Você precisa salvar! Argh! — exclamou, agora com a voz falhando. As correntes pareciam sugar sua energia da vida — Oh!, não há mais tempo! Mas você precisa saber! Precisa saber que tudo isso pode se resolver agora, ainda há uma chance, basta destruir o...

   A voz de Xerneas começava a ficar cada vez mais distante. Leuri não conseguia mais ouvi-la e tentava correr na sala escura na direção dele, mas não saía do lugar. Então, tudo volta ao normal. Ela estava de volta na biblioteca, onde uma mulher estalava os dedos na frente de seu rosto.

Bibliotecária: Já está de noite, a biblioteca vai fechar! 

Leuri: Quê...? Aonde está Xerneas?!

Bibliotecária: Você dormiu por horas, estava babando no livro "Reinações de Probopass", um clássico.

Leuri: Eu tive um sonho estranho...

   De volta ao seu quarto alugado no Centro Pokemon, Leuri acende as luzes e observa Diego deitado com Carbink e Furfrou em sua cama, todos dormindo com a boca aberta. Ao lado do garoto, uma embalagem rosa que dizia "Para Leuri".

Leuri: "Um presente?" — pensou, abrindo a embalagem e encontrando um novo laço preto, como os que ela sempre usa — Ownt...

   Dando um beijo na bochecha de Diego, Leuri coloca seu novo laço na bancada, onde também estavam suas seis Pokeballs.

Leuri: Boa noite — falou, apagando as luzes e indo dormir, tentando esquecer o que aconteceu na biblioteca.

   Em uma montanha em Kalos, Yveltal enfrentava um Pokemon mítico, Hoopa, o mestre dos anéis.

Hoopa: Por que está atrás do Hoopa?! Hoopa não o fez nada!

Yveltal: Seus portais são extremamente úteis, posso conseguir ir para muitos lugares com eles! Além disso, tenho um plano para você e para a que me venceu uma vez! — exclamou, disparando um raio de destruição contra o pequeno mítico, que coloca um anel em sua frente, absorvendo o golpe e, com auxílio do outro anel, o devolvendo para Yveltal — Caiu direitinho.

   Como Yveltal já havia previsto, Hoopa usaria os dois anéis, ficando desprotegido. Ele então libera sua Dark Aura, que corrompe o mítico e o faz ficar sobre o seu controle.

Hoopa: Hoopa agora obedece Yveltal.

Continua